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Na TV, petista admite erro ao não ir a debate no 1º turno
MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
O primeiro debate entre Luiz
Inácio Lula da Silva e Geraldo
Alckmin continua repercutindo na campanha dos presidenciáveis. Ontem, na volta do horário eleitoral na TV, o petista
disse, pela primeira vez, que se
equivocou por ter faltado aos
debates do primeiro turno.
Já o tucano, que exibiu a
mesma propaganda à tarde e à
noite, mostrou cenas do debate
da Band e tentou reforçar que é
o candidato que "apresentou as
melhores propostas". A tática é
tentar rebater as acusações de
que não tem projeto.
Lula, à tarde, também mostrou trechos do debate. Foi
apresentado como o candidato
que "não deixou nenhuma pergunta sem resposta". Após o
evento, aliados de Alckmin afirmaram que ele não respondeu a
questões sobre corrupção.
À noite, o debate foi citado no
discurso de abertura do presidente. Segundo ele, a ausência
dos debates do primeiro turno
foi em razão da "baixaria".
"Quero antes de tudo fazer uma
campanha de paz, sem baixaria.
Foi por isso que cheguei a evitar comparecer a alguns debates no primeiro turno. Hoje, admito que me equivoquei, porque a minha posição foi mal interpretada e não freou a baixaria dos meus adversários."
O fato de Lula não ter ido ao
último debate da primeira etapa da eleição, na Globo, a três
dias do dia de votação, foi apontado, ao lado do caso do dossiê,
como um dos motivos de ele
não ter vencido no primeiro
turno, como pesquisas nas semanas anteriores apontaram.
O dossiê, aliás, também foi
comentado por Lula. À noite,
afirmou que opositores se
aproveitam "do grave erro cometido por alguns petistas que
tentaram comprar um dossiê".
E deu explicações, dizendo que
determinou a "apuração rigorosa dos fatos, além do afastamento e punição dos envolvidos", se referindo aos quatro
petistas que foram expulsos da
sigla e a Ricardo Berzoini, afastado da presidência do PT.
A estréia de Lula na TV foi diferente do primeiro turno,
quando evitou entrar em polêmicas. Ontem, fez comparação
de números com a gestão de
FHC, como a dívida com o FMI,
"de US$ 20 bilhões" sob o governo tucano e "zerada" no governo Lula.
E, ao contrário da primeira
etapa, na qual invadia o horário
dos governadores com depoimentos de apoio, ontem ele exibiu eleitos, reeleitos e candidatos. Entre os exibidos, estiveram Jaques Wagner (PT-BA),
Eduardo Campos (PSB-PE) e o
senador Marcelo Crivella
(PRB-RJ).
Acusado na propaganda petista da tarde de ter sido no debate "um Alckmin sem propostas para o país", o tucano falou
que vai "recuperar a saúde" e
que a segurança é "questão nacional". Ainda na Band, prometeu: "Saúde para as mulheres e
para os trabalhadores" e que
vai "criar uma nova Sudene, para levar para o Nordeste investimento, emprego, trabalho".
Nos dois programas, o candidato tucano mostrou suas
obras no governo de São Paulo
e criticou a gestão do PT. Usando uma das táticas do primeiro
turno, foi a Minas Gerais mostrar "quatro pontes abandonadas" da BR-381, o que, segundo
ele, evidencia "desmazelo e falta de governo".
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