São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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Na TV, petista admite erro ao não ir a debate no 1º turno

MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

O primeiro debate entre Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin continua repercutindo na campanha dos presidenciáveis. Ontem, na volta do horário eleitoral na TV, o petista disse, pela primeira vez, que se equivocou por ter faltado aos debates do primeiro turno.
Já o tucano, que exibiu a mesma propaganda à tarde e à noite, mostrou cenas do debate da Band e tentou reforçar que é o candidato que "apresentou as melhores propostas". A tática é tentar rebater as acusações de que não tem projeto.
Lula, à tarde, também mostrou trechos do debate. Foi apresentado como o candidato que "não deixou nenhuma pergunta sem resposta". Após o evento, aliados de Alckmin afirmaram que ele não respondeu a questões sobre corrupção.
À noite, o debate foi citado no discurso de abertura do presidente. Segundo ele, a ausência dos debates do primeiro turno foi em razão da "baixaria". "Quero antes de tudo fazer uma campanha de paz, sem baixaria. Foi por isso que cheguei a evitar comparecer a alguns debates no primeiro turno. Hoje, admito que me equivoquei, porque a minha posição foi mal interpretada e não freou a baixaria dos meus adversários."
O fato de Lula não ter ido ao último debate da primeira etapa da eleição, na Globo, a três dias do dia de votação, foi apontado, ao lado do caso do dossiê, como um dos motivos de ele não ter vencido no primeiro turno, como pesquisas nas semanas anteriores apontaram.
O dossiê, aliás, também foi comentado por Lula. À noite, afirmou que opositores se aproveitam "do grave erro cometido por alguns petistas que tentaram comprar um dossiê". E deu explicações, dizendo que determinou a "apuração rigorosa dos fatos, além do afastamento e punição dos envolvidos", se referindo aos quatro petistas que foram expulsos da sigla e a Ricardo Berzoini, afastado da presidência do PT.
A estréia de Lula na TV foi diferente do primeiro turno, quando evitou entrar em polêmicas. Ontem, fez comparação de números com a gestão de FHC, como a dívida com o FMI, "de US$ 20 bilhões" sob o governo tucano e "zerada" no governo Lula.
E, ao contrário da primeira etapa, na qual invadia o horário dos governadores com depoimentos de apoio, ontem ele exibiu eleitos, reeleitos e candidatos. Entre os exibidos, estiveram Jaques Wagner (PT-BA), Eduardo Campos (PSB-PE) e o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).
Acusado na propaganda petista da tarde de ter sido no debate "um Alckmin sem propostas para o país", o tucano falou que vai "recuperar a saúde" e que a segurança é "questão nacional". Ainda na Band, prometeu: "Saúde para as mulheres e para os trabalhadores" e que vai "criar uma nova Sudene, para levar para o Nordeste investimento, emprego, trabalho".
Nos dois programas, o candidato tucano mostrou suas obras no governo de São Paulo e criticou a gestão do PT. Usando uma das táticas do primeiro turno, foi a Minas Gerais mostrar "quatro pontes abandonadas" da BR-381, o que, segundo ele, evidencia "desmazelo e falta de governo".


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