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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
Procuradoria quer quebrar sigilos de Freud
Objetivo é investigar saque de R$ 150 mil feito em março e suspeita de que ele teria recebido R$ 396 mil de Naji Nahas
Ex-assessor da Presidência teve nome envolvido no caso da compra do dossiê por Gedimar, que depois voltou atrás da afirmação
ANDRÉA MICHAEL
ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ
O Ministério Público Federal
pedirá à Justiça a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy, de sua mulher, Simone Messeguer Godoy, e da empresa dela, Caso
Sistemas de Segurança. O alvo
do pedido serão a movimentação financeira e as operações
tributáveis declaradas ao Imposto de Renda no último ano.
A justificativa: conforme divulgado pela imprensa, em 24
de março, Freud teria sacado
R$ 150 mil em dinheiro; em setembro deste ano, por meio da
empresa Caso, o investidor Naji Nahas teria feito um crédito
em favor do ex-assessor da Presidência no valor de R$ 396 mil.
Freud teve seu nome envolvido na negociação para pagar
R$ 1,75 milhão por um dossiê
contra o governador eleito de
São Paulo, José Serra (PSDB),
então candidato.
Quem fez a referência a
Freud foi o agente de Polícia
Federal aposentado Gedimar
Passos. Em depoimento, Gedimar disse que o ex-assessor da
Presidência participou da entrega do dinheiro, que acabou
sendo apreendido pela PF no
dia 15 de setembro, no hotel
Ibis Congonhas, em São Paulo.
Freud deixou o cargo na Presidência tão logo seu nome foi
envolvido no caso.
Em seu primeiro depoimento, Gedimar colaborou com informações, apesar de parcialmente truncadas. Posteriormente, passou a dizer que voltaria a se pronunciar sobre caso
somente em juízo. Nega-se até
a discutir o assunto com colegas da PF, que têm insistido para que colabore.
Ao Tribunal Superior Eleitoral, que conduz um procedimento relativo às implicações
eleitorais da negociação do dossiê, os advogados de Gedimar
informaram que ele apontou o
nome de Freud em seu primeiro depoimento à PF porque foi
coagido. Ao recuar, tentava retirar a única referência a Freud
que foi feita até agora na investigação do caso.
Em Cuiabá, a PF segue o cruzamento de dados relacionados
à quebra de sigilos telefônicos
dos envolvidos e às operações
financeiras por meio das quais
teriam circulado os dólares e
reais que seriam utilizados no
negócio.
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