São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ

Procuradoria quer quebrar sigilos de Freud

Objetivo é investigar saque de R$ 150 mil feito em março e suspeita de que ele teria recebido R$ 396 mil de Naji Nahas

Ex-assessor da Presidência teve nome envolvido no caso da compra do dossiê por Gedimar, que depois voltou atrás da afirmação


ANDRÉA MICHAEL
ENVIADA ESPECIAL A CUIABÁ

O Ministério Público Federal pedirá à Justiça a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy, de sua mulher, Simone Messeguer Godoy, e da empresa dela, Caso Sistemas de Segurança. O alvo do pedido serão a movimentação financeira e as operações tributáveis declaradas ao Imposto de Renda no último ano.
A justificativa: conforme divulgado pela imprensa, em 24 de março, Freud teria sacado R$ 150 mil em dinheiro; em setembro deste ano, por meio da empresa Caso, o investidor Naji Nahas teria feito um crédito em favor do ex-assessor da Presidência no valor de R$ 396 mil.
Freud teve seu nome envolvido na negociação para pagar R$ 1,75 milhão por um dossiê contra o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), então candidato.
Quem fez a referência a Freud foi o agente de Polícia Federal aposentado Gedimar Passos. Em depoimento, Gedimar disse que o ex-assessor da Presidência participou da entrega do dinheiro, que acabou sendo apreendido pela PF no dia 15 de setembro, no hotel Ibis Congonhas, em São Paulo.
Freud deixou o cargo na Presidência tão logo seu nome foi envolvido no caso.
Em seu primeiro depoimento, Gedimar colaborou com informações, apesar de parcialmente truncadas. Posteriormente, passou a dizer que voltaria a se pronunciar sobre caso somente em juízo. Nega-se até a discutir o assunto com colegas da PF, que têm insistido para que colabore.
Ao Tribunal Superior Eleitoral, que conduz um procedimento relativo às implicações eleitorais da negociação do dossiê, os advogados de Gedimar informaram que ele apontou o nome de Freud em seu primeiro depoimento à PF porque foi coagido. Ao recuar, tentava retirar a única referência a Freud que foi feita até agora na investigação do caso.
Em Cuiabá, a PF segue o cruzamento de dados relacionados à quebra de sigilos telefônicos dos envolvidos e às operações financeiras por meio das quais teriam circulado os dólares e reais que seriam utilizados no negócio.


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