São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

A edição do debate

O debate da Band foi a atração na volta do horário eleitoral, ao menos à tarde. Como destacaram Folha Online e outros, a tática foi "requentar" -ou editar. As campanhas fizeram suas próprias versões, talvez por acreditar que a edição posterior vale mais que o programa, propriamente, vide o segundo turno de 89.
Por outro lado, o horário petista privilegiou Lula tratando de ética, ponto em que foi mais atacado, e o tucano deu as juras de Alckmin para o Bolsa Família. Curiosamente, no rádio, as atenções foram opostas.
No horário eleitoral da noite, na televisão, Alckmin manteve o programa, mas a campanha de Lula achou por bem deixar a edição de lado. De todo modo, ele até se desculpou por faltar ao debate do primeiro turno.

CARISMA E RAZÃO
Único correspondente -até onde se viu- a escrever que "Alckmin ganhou com contundência" o debate da Band, o espanhol Juan Arias, do "El País", surgiu ontem no jornal sob o título "Lula faz 12 pontos de vantagem sobre Alckmin apesar de perder no debate". E comentou, a certa altura, que "o carisma pessoal de Lula supera a razão".

SÓ DUAS SEMANAS
O "Financial Times" deu ontem, em texto de Elizabeth Johnson, que, "faltando só duas semanas para o segundo turno da eleição no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou sua liderança sobre Geraldo Alckmin", com o registro de que é "a primeira pesquisa após um debate em que Mr. Alckmin pôs Mr. Lula da Silva na defensiva".

AFP - nytimes.com/Reprodução
No "NYT", "militar da FAB joga rosas sobre local da queda"

"NYT" VS. "WP"
O "New York Times" voltou ao ataque ontem, no texto "Famílias criticam segredo do inquérito sobre queda". Diz que "a falta de informações levou à especulação solta" e "à responsabilização dos pilotos americanos".
Mas agora o "Washington Post" entrou na história em corrente contrária, com a reportagem "Dois pilotos dos EUA criticados no Brasil". Eles estariam "envoltos em controvérsia" por suas declarações -e também por causa dos "comentários de um colunista do "NYT" que estava no jato executivo", dizendo que "ouviu que o controle aéreo era notoriamente incompleto". O "WP" ouviu um porteiro do Rio, que chamou os pilotos de "criminosos".

nyt.com/Reprodução
Na ilustração, posto com gasolina, etanol, Sol, vento etc.

TUDO, MENOS PETRÓLEO
Não passa dia sem uma reportagem ou artigo, em algum jornal dos EUA e Europa, vaticinando os biocombustíveis como a saída para a independência do petróleo. No site do "NYT", uma novidade: um longo, interminável estudo de um dos editorialistas, Robert B. Semple Jr., tratando uma a uma as possibilidades "além dos combustíveis fósseis". Motivou piada na ilustração, mas até de energia eólica ele falou. De todo modo, não faltaram etanol e o Pró-Álcool.

ARMAS COMO NUNCA
No "Guardian", destaque para o estudo Armas sem Fronteiras, divulgado por Anistia Internacional, Oxfam e outras entidades, dizendo que as vendas devem superar o recorde mundial em 2006.

"MADE IN BRAZIL"
No US$ 1,05 bi de armas vendidas (acima do US$ 1,03 bi de 1987, "recorde da Guerra Fria"), a observação de que "novos países emergem como grandes exportadores, como Brasil, Índia, África do Sul".


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@ - Nelson de Sá


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