São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indiciado atuou em desvio tucano e petista, diz PF

THIAGO GUIMARÃES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA AGÊNCIA FOLHA

O publicitário Valter Eustáquio Gonçalves, 55, indiciado pela Polícia Federal no inquérito do valerioduto tucano de Minas em 1998 sob suspeita de lavagem de dinheiro, também atuou no esquema investigado no inquérito do mensalão, diz a PF.
O valerioduto tucano, segundo a PF, foi operado por Marcos Valério para ocultar a origem e o destino de ao menos R$ 28,5 milhões em recursos ilícitos que financiaram a campanha de 1998 à reeleição do então governador e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB) e de aliados.
Assim como no mensalão do PT, parte do dinheiro que abasteceu o valerioduto tucano teve origem em empréstimos tomados por empresas de Valério em bancos e depois quitados com verbas públicas desviadas ou doações privadas irregulares.
A PF aponta que foi de um dos sete empréstimos que financiaram o caixa dois de Azeredo que Gonçalves recebeu, em agosto e setembro de 1998, R$ 1,12 milhão, parte desviada da Copasa.
Segundo o relatório da PF, Gonçalves disse "não se recordar de tais repasses e que os mesmos não foram declarados à Receita". A PF aponta a necessidade de quebra do sigilo bancário de Gonçalves, indiciado sob suspeita de ter "dissimulado e ocultado" o destino da verba. Ele também aparece, em 2003, como sacador de R$ 112,6 mil da DNA, empresa que era de Valério. O destino dos recursos não foi identificado.
Ouvido pela Folha em julho de 2005, ele disse que não se lembrava de ter sacado a quantia, mas disse que poderia ter feito a retirada, pois era, na ocasião, dono de empresa de venda de espaços publicitários em meios de comunicação (VC Editorial). Procurado, Gonçalves declarou que ligaria de volta, o que não ocorreu.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Conselho quer incentivar "elogios" ao SUS
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.