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Indiciado atuou em desvio tucano e petista, diz PF
THIAGO GUIMARÃES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA AGÊNCIA FOLHA
O publicitário Valter Eustáquio Gonçalves, 55, indiciado pela Polícia Federal no
inquérito do valerioduto tucano de Minas em 1998 sob
suspeita de lavagem de dinheiro, também atuou no esquema investigado no inquérito do mensalão, diz a PF.
O valerioduto tucano, segundo a PF, foi operado por
Marcos Valério para ocultar
a origem e o destino de ao
menos R$ 28,5 milhões em
recursos ilícitos que financiaram a campanha de 1998 à
reeleição do então governador e atual senador Eduardo
Azeredo (PSDB) e de aliados.
Assim como no mensalão
do PT, parte do dinheiro que
abasteceu o valerioduto tucano teve origem em empréstimos tomados por empresas de Valério em bancos
e depois quitados com verbas
públicas desviadas ou doações privadas irregulares.
A PF aponta que foi de um
dos sete empréstimos que financiaram o caixa dois de
Azeredo que Gonçalves recebeu, em agosto e setembro de
1998, R$ 1,12 milhão, parte
desviada da Copasa.
Segundo o relatório da PF,
Gonçalves disse "não se recordar de tais repasses e que
os mesmos não foram declarados à Receita". A PF aponta a necessidade de quebra
do sigilo bancário de Gonçalves, indiciado sob suspeita de
ter "dissimulado e ocultado"
o destino da verba. Ele também aparece, em 2003, como
sacador de R$ 112,6 mil da
DNA, empresa que era de Valério. O destino dos recursos
não foi identificado.
Ouvido pela Folha em julho de 2005, ele disse que
não se lembrava de ter sacado a quantia, mas disse que
poderia ter feito a retirada,
pois era, na ocasião, dono de
empresa de venda de espaços publicitários em meios
de comunicação (VC Editorial). Procurado, Gonçalves
declarou que ligaria de volta,
o que não ocorreu.
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