São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Hora do desespero

Petistas mais equilibrados temem o efeito de um dos novos comerciais da propaganda de Marta Suplicy, no ar desde ontem, que pergunta ao eleitor se ele sabe se o prefeito Gilberto Kassab (DEM) "é casado" e "se tem filhos". Acham que a peça, para lá de agressiva no terreno pessoal, pode funcionar como bumerangue e atrair a atenção para o impopular marido da ex-prefeita, personagem que a campanha até agora cuidou de esconder.
Luiz Favre, aliás, vociferava ontem em seu blog contra a imprensa por supostamente invadir a vida privada de Marta, que amarga desvantagem de 17 pontos para Kassab de acordo com o Datafolha mais recente.



Credenciais. Na entrevista depois da missa em Aparecida (SP), foi pedido às autoridades que se identificassem. Arlindo Chinaglia se apresentou como presidente da Câmara; Gabriel Chalita, como vereador eleito de São Paulo; Geraldo Alckmin disse apenas que é "devoto de Nossa Senhora".

No limite 1. Em reunião pós-primeiro turno com ocupantes de cargo de confiança em BH, Fernando Pimentel fez uma fala de arrepiar os cabelos dos petistas que condenam sua aliança com os tucanos em torno de Márcio Lacerda (PSB). Ao discorrer sobre a necessidade de derrotar Leonardo Quintão (PMDB), elogiou os 20 anos de "competência e honestidade" na gestão da capital mineira.

No limite 2. Nessa linhagem, incluiu dois ex-prefeitos do PSDB: Pimenta da Veiga e Eduardo Azeredo. Pimentel precisa da vitória mais do que Aécio Neves, o outro patrocinador de Lacerda. Se perder, seus adversários no PT lhe deixarão sem pão nem água.

Siameses. Até nos slogans Lacerda e Quintão disputam para ver quem é mais situacionista. O do candidato do PSB é "Continuar e melhorar". O do peemedebista, "Continuar e fazer melhor".

*#!@?! A queda-de-braço entre PT e partidos aliados pelo uso de Lula na campanha fez com que o chefe-de-gabinete Gilberto Carvalho e o petebista José Múcio brigassem feio no Palácio do Planalto.

Veja bem. Embora tenha aceito de bom grado o apoio do PSDB, a campanha de José Fogaça (PMDB) em Porto Alegre tenta manter alguma distância da impopular governadora Yeda Crusius. "Nossa aliança é partidária, não pessoal. Os tucanos estão conosco desde 2004, muito antes de ela ser eleita", diz o coordenador, Clóvis Magalhães.

Assim é... Aliados do governador Jaques Wagner (PT) dizem que o crescimento do PMDB na Bahia se deu apenas nos grotões, e que o partido perdeu em municípios como Ilhéus, Juazeiro e Vitória da Conquista.

...se lhe parece. Receosos de derrota na capital para o PMDB no segundo turno, os petistas observam que a mulher do vice-governador, ligado ao ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), foi derrotada em Brumado.

RG. Prefeita eleita de Natal, Micarla de Sousa (PV) deve seu nome à junção do Miriam da mãe com o Carlos Alberto do pai. Ela identificou 548 Micarlas registradas na capital.

Crédito. Da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), sobre a resistência de Renan Calheiros (PMDB-AL) em apoiar um petista para a presidência da Casa: "Se tem um partido com o qual ele tem uma dívida de gratidão é o PT. Nos desgastamos durante seu processo de cassação".

Débito. A resistência de Renan é ao petista Tião Viana, que o sucedeu interinamente no comando do Senado. Em campanha, o senador pelo Acre viu ressuscitado, na revista "Piauí", o episódio do caseiro Francenildo, do qual foi um dos personagens.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO



Tiroteio

"O conjunto mostra que o eleitor não tem informação sobre os candidatos a vereador, até porque elas não chegam a ele, e nem faz idéia do que se produz na Câmara Municipal."
De CLAUDIO WEBER ABRAMO, diretor-executivo da Transparência Brasil, organização dedicada ao combate à corrupção, sobre o baixo índice (29%) de renovação na Câmara de São Paulo.



Contraponto

Opinião isenta

Líderes de partidos de oposição na Câmara, José Aníbal (PSDB-SP), ACM Neto (DEM-BA) e Fernando Coruja (PPS-SC) tiveram reunião, na semana passada, com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Um dos temas foi a MP que cria o fundo soberano.
Os deputados perguntavam detalhes sobre a medida, mas Meirelles se limitava a respostas evasivas. Insistiam, insistiam e nada. Quando um garçom entrou para servir café aos presentes, Coruja resolveu entrevistá-lo:
-Já que está difícil aqui, vou ter de recorrer a você. Qual a posição do Banco Central sobre o fundo soberano?


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