São Paulo, Sábado, 13 de Novembro de 1999
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PAINEL

Nitroglicerina pura

A CPI do Narcotráfico está apurando a acusação de que funciona em Goiás um esquema de juízes para libertar traficantes presos em qualquer parte do país em troca de propina.

Vôos da alegria

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara investiga a denúncia de que o reverendo Moon emprestou jatinhos para candidatos na eleição de 98 em MS. O chefe da seita comprou pelo menos 50 mil hectares de terras no Estado e é suspeito de sonegar impostos.

Gazeta frustrada

Fechado: o Congresso será convocado extraordinariamente a partir do dia 11 de janeiro. Líderes partidários haviam sugerido 16 de dezembro, mas FHC achou melhor deixar para 2000. Ninguém aparece mesmo no Natal e no Ano Novo.

Peso contra

Ao contrário da Secretaria de Acompanhamento Econômico, a relatora da fusão Brahma-Antarctica no Cade, Hebe Romano, pretende abordar a geração (e destruição) de emprego em seu parecer sobre a Ambev.

Me dá um dinheiro aí

Rodolfo Tourinho (Minas e Energia) vai aos EUA semana que vem. Tentar descolar algum do Banco Mundial para a reestruturação do setor mineral. O DNPM será transformado em agência e a CPRM numa empresa prestadora de serviços (mapeamento geológico).

Coisa feia

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho vai pedir ao Tribunal Superior do Trabalho que proíba a nomeação de novos classistas até a votação sobre a extinção da categoria. A Anamatra recebeu denúncias de que tribunais estariam se apressando para fazer novas nomeações em breve.

Ciúme brasiliense

Magno Malta (PTB-ES) foi agradecer ACM por ele ter se mantido até agora em silêncio a respeito da CPI do Narcotráfico, que preside. Foi uma crítica indireta a Michel Temer, que criou na Câmara uma comissão para investigar a violência.

Saco de gatos

De Domingos Leonelli, da Executiva do PSB, sobre a eventual entrada de Itamar (PMDB) no partido: ""Itamar e o PSB não vão ser como o Ciro e o PPS. O governador mineiro tá vindo para um partido que já existe".


Fogo cerrado 1
Pelo menos 15 secretários de Fazenda assinaram carta que será divulgada na terça condenando a proposta de reforma tributária de Mussa Demes (PFL-PI). Apóiam projeto defendido por Everardo (Receita).

Fogo cerrado 2
Os governadores do PT vão pedir à bancada do partido na Câmara para que votem contra a proposta de Mussa Demes.


Panos quentes

Na reunião entre Lula e Garotinho, ficou estabelecida trégua na guerra entre o governador e a seção do PT do Rio. A idéia é firmar uma espécie de protocolo no qual os petistas e Garotinho reafirmam que a aliança foi feita nas urnas. Seria a senha para o PT voltar ao governo.

Vencer resistências

O Ministério da Justiça negocia com a Câmara alteração do projeto de proibição do porte de armas. O ministro Dias aceita manter a liberação para uso esportivo e colecionadores.

Namoro morno

A bancada federal do PPS se reuniu com Temer (PMDB) e sinalizou vontade de uma aliança com os peemedebistas. Vai ser preciso combinar com Ciro, que andou criticando Jader e Geddel, da cúpula do PMDB.

Visita à Folha

Jorge da Cunha Lima, diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, que administra a TV Cultura, visitou ontem a Folha.

O presidente da Social Democracia Sindical, Enílson Simões de Moura, visitou a Folha anteontem. Estava acompanhado de Audálio Dantas, assessor de imprensa.

TIROTEIO

De Aldo Rebelo (PC do B-SP), sobre Anthony Harrington, novo embaixador dos EUA no Brasil, que disse que o programa de privatização brasileiro deverá reduzir oportunidades de corrupção:
- O Harrington é cego ou lobbista. Vide o caso da privatização da Telebrás.

CONTRAPONTO

Ditado federal
Dante de Oliveira (PSDB-MT), Zeca do PT (MS) e Marconi Perillo (PSDB-GO) estiveram recentemente na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Perillo havia preparado um texto sobre Goiás e estava lendo para os senadores.
Roberto Requião (PMDB-PR), um orador temido, virou-se para duas pessoas que estavam atrás dele e resmungou:
- É um absurdo. Como um governador precisa ler para falar sobre o seu Estado.
Requião não sabia, mas os dois eram assessores do governador Perillo, que apenas sorriram, constrangidos.
Dez minutos depois, quando Perillo ainda lia o seu discurso, Requião perdeu a paciência. Dirigindo-se novamente aos dois assessores, reclamou:
- Vou-me embora. Assim não dá. Não vou perder meu tempo. É por isso que o chamam de Marconi da Capitinga - disse, em referência ao personagem de TV Nerso da Capitinga, que fez a campanha do governador em 98.


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