São Paulo, Sábado, 13 de Novembro de 1999
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CRIME ORGANIZADO
Parentesco com membro de esquema de lavagem de dinheiro não tem fundamento, diz ex-ministro
Ciro não é parente de acusado pela PF

da Redação


É falsa a informação de que o pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes seria primo do empresário cearense Alexander Diógenes Ferreira Gomes. O suposto parentesco é apontado pela Polícia Federal, que investiga Diógenes Ferreira Gomes.
"Isso não tem o menor fundamento", disse Ciro. "É impressionante. Esse cara não tem nenhum parentesco comigo, zero."
A Polícia Federal diz ter descoberto, com o auxílio do Banco Central e da Receita Federal, que Diógenes Ferreira Gomes comandaria um megaesquema de lavagem de dinheiro no Nordeste. Teria lavado quantia superior a U$ 150 milhões. O empresário nega que tenha cometido qualquer irregularidade.
A informação do falso parentesco do empresário com Ciro chegou a ser repassada pela PF ao Palácio do Planalto.
"Aqui no Ceará, Ferreira Gomes, depois de Silva e Pereira, é o nome mais comum", afirma Ciro. "Não há parentesco nem remoto. Isso é chocante. Só posso concluir que a briga política está ficando pesada."
Ciro conhece o empresário Diógenes Ferreira Gomes. "Aqui no Ceará ele é um empresário conhecido, notório, que tem boa fama, nunca ninguém falou nada contra ele. Mas tudo bem que a polícia faça a sua investigação. O que não dá é sair por aí dizendo que sou primo do cara. Aí já é demais."
Batizada de "Operação Nordeste", a investigação em torno de Diógenes Ferreira Gomes começou em 1997. O Banco Central recebeu denúncias de lavagem de dinheiro no Ceará. Repassou-as à polícia, que abriu inquérito.

Volume
Dados em poder do BC, da Receita e da PF indicam que Alexander teria lavado pelo menos US$ 150 milhões por meio de 15 empresas controladas por ele, entre elas a Acctur Câmbio e Turismo, de sua propriedade.
O rastreamento das contas ainda não terminou. Dados preliminares do Banco Central indicam que o valor pode ser muito superior aos US$ 150 milhões já descobertos.
Alexander seria, de acordo com procuradores que atuam no caso, um dos maiores lavadores de dinheiro de empresas do Ceará, do Rio Grande do Norte, de Pernambuco e do Maranhão.
O Banco Central cancelou a autorização para que empresas do esquema supostamente controladas por Alexander operem no mercado de câmbio.


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