São Paulo, Sábado, 13 de Novembro de 1999 |
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Hildebrando é acusado de trocar votos por drogas
WILLIAM FRANÇA enviado especial a Rio Branco A Justiça Eleitoral do Acre decretou a prisão preventiva do ex-deputado Hildebrando Pascoal por ele ter trocado votos por drogas nas eleições do ano passado. Hildebrando teria distribuído drogas e oferecido dinheiro no dia da eleição, em outubro passado, para que os eleitores de bairros da periferia de Rio Branco votassem nele e em seu irmão, Cosmoty, para deputado estadual. Hildebrando foi eleito deputado federal pelo PFL com mais de 18 mil votos, representando a segunda maior votação da história do Acre. Cosmoty, do PPB, foi eleito com 7.500 votos. Essa foi a quarta prisão preventiva decretada contra Hildebrando. Antes, ele estava com prisão preventiva decretada pela Justiça Federal por três outros crimes: 1) ser o mandante da morte do policial civil Wálter Ayala; 2) ser o mandante da morte do policial militar Sebastião Crispim; 3) manter uma conta fantasma para lavagem de dinheiro. Além disso, ele ainda está com prisão temporária de 60 dias decretada pela Justiça Federal por seu envolvimento com o crime organizado e com o narcotráfico. Segundo a apuração do Ministério Público Federal e os testemunhos prestados à Polícia Federal por oito pessoas, entre eleitores e traficantes, o grupo de Hildebrando adquiriu cerca de R$ 20 mil em pasta básica de cocaína que, dividida em pequenas trouxinhas, era entregue em duas partes: antes e depois do voto. Para isso, o sargento Alex Fernandes Barros -braço direito de Hildebrando, que está preso e é acusado de participação em várias mortes a mando dele- coordenou o esquema, que incluiu até mesmo promessa de pagamento de R$ 200 por voto. Na hora da entrega do dinheiro, Hildebrando teria batido com a mão em uma pistola que carregava e, ao negar o repasse, disse: "Estão aqui os duzentos reais de vocês". Hildebrando retornou ontem para Brasília, onde ficará detido no 3º Batalhão da Polícia Militar, após passar quatro dias em Rio Branco prestando depoimentos à Justiça Federal. Texto Anterior: "Onde tiver o número, corta logo" Próximo Texto: No Ar - Nelson de Sá: Dignidade Índice |
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