São Paulo, sábado, 13 de novembro de 2004

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PAINEL

Última bala
O recente ataque de Carlos Lessa ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi entendido no Planalto como um indicativo de que ele já dá como inevitável sua substituição no comando do BNDES.

Põe na conta
A reeleição de João Paulo Cunha e José Sarney está carimbada em José Dirceu, único ministro do núcleo palaciano a defender publicamente a idéia. Por tabela, seus oponentes no governo passaram a se omitir ou a combater a agonizante emenda.

Na guerrilha
O time de ministros que joga contra a reeleição das Mesas é encorpado: Aldo Rebelo, Jaques Wagner, Eduardo Campos e Eunício Oliveira. Só mudam de opinião se Lula disser que apóia. Antonio Palocci e Luiz Gushiken estão quietos.

Reserva de mercado
Apesar da excitação das siglas que integram a base aliada, a tendência no Planalto é deixar fora do leilão a escolha do substituto de Gastão Wagner na secretaria-executiva da Saúde.

Mala e cuia
Ottomar Pinto (PTB), que assumiu o governo de Roraima anunciando independência em relação ao governo Lula, está pronto para embarcar na canoa tucana rumo a 2006. Ele substitui o ex-petista Flamarion Portela, afastado por decisão do TSE.

Terreno na lua
Presidente nacional do PT, José Genoino acha possível o partido negociar apoio a candidatos do PMDB em alguns Estados em 2006. A maioria dos petistas é cética, pois avalia ser quase impossível evitar candidaturas próprias no Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Reprise
O Ceará, outra vez, será a pedra no caminho de Genoino. A hipótese em discussão é o PT apoiar Cid Gomes, irmão de Ciro, ao governo do Estado e Eunício Oliveira para o Senado. Só que até agora ninguém combinou nada com Luizianne Lins, recém-eleita em Fortaleza.

Ensaio geral
Cortejado pelo PPS, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) faz palestra hoje para prefeitos eleitos pelo partido no Paraná.

Enviado especial
Favorável à ruptura do PMDB com o governo Lula, Orestes Quércia vai liberar um dos deputados do partido na Assembléia para negociar com Geraldo Alckmin. Os peemedebistas têm votado sistematicamente contra o tucano na Casa. O encarregado deverá ser Baleia Rossi.

Outros planos
O PT contava com os peemedebistas para montar um bloco de oposição ao tucano na Assembléia em 2005. Mas Quércia enxerga na sigla -e particularmente em Marta Suplicy- seu principal adversário na disputa pelo governo estadual em 2006.

Assim não dá
A nota em que a trinca PMDB-PTB-PP apoiou projetos da gestão Marta foi um recado a emissários de Serra. Segundo eles, o prefeito eleito negociaria somente emendas ao Orçamento para compor sua base na Câmara. É pouco para o "blocão".

Sem pressa
Cortejados pelo "blocão" e mais discretamente pelos tucanos, os 13 vereadores petistas da Câmara paulistana se consideram a noiva da hora. "Mas ainda vamos namorar muito antes de casar", afirma Arselino Tatto.

Mais um
O presidente do PSDB no Estado de São Paulo, Antonio Carlos Pannunzio, quer a indicação do partido para disputar o Senado em 2006. Como a vaga tem outros postulantes, ele já fala em prévias, palavra que provoca alergia em seus correligionários.

TIROTEIO

Do deputado Valdemar Costa (PL-SP) sobre os críticos de seu projeto que põe fim à verticalização de alianças partidárias, recém-aprovado pela CCJ:
-Na última eleição, PT e PSDB estiveram juntos em vários lugares. A política é regional. Verticalização só interessa a dirigentes que querem negociar de uma tacada o país inteiro.

CONTRAPONTO

Agente 86

O português Tiago Verdial foi o único araponga a ter o telefone grampeado no início das investigações da Polícia Federal sobre a espionagem de autoridades do governo brasileiro conduzida pela empresa Kroll.
Desconfiado, Verdial ligou para o pai. Relatou suas aflições e pediu o número do CPF dele para comprar dois outros celulares. Um seria para ele próprio. O outro, para o colega Bill, espião inglês que a PF não prendeu.
-Isso não vai me enrolar?- perguntou o pai de Verdial antes de aceitar ajudá-lo.
Ainda com o antigo aparelho, o araponga voltou a telefonar para o pai e passou seu novo número. Em seguida, direcionou todas as chamadas feitas ao telefone velho para o novo.
Era tudo o que a PF queria: continuar ouvindo as ligações feitas para o antigo número do espião e também para o novo, e as conversas de Verdial com Bill.


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