São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

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PAINEL

Game over
PSDB e PFL se reuniram na semana passada e chegaram à conclusão de que, com Lula protegido em sua bolha de plástico, a saída seria retirar a rede de proteção que ainda mantinham sob os pés de Antonio Palocci.

Cara de paisagem
José Jorge (PFL-PE) apresentou a colegas de oposição a proposta de que ninguém faça perguntas sobre a crise política no depoimento do ministro da Fazenda à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, no dia 23. É uma tática para forçá-lo a comparecer à CPI dos Bingos.

Conversa de maluco
Lula "ameaça" colocar um heterodoxo na Fazenda se "a oposição" derrubar Palocci. Como se Dilma Rousseff não tivesse nada a ver com isso. E como se o presidente não a tivesse liberado para desqualificar em público a política econômica do ministro.

O inominável
Em conversas privadas, Lula, o homem que não está nem aí para CPIs, espuma ao falar do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e "daquele neto dele". Acha o presidente que são pessoas sem condições de dar lições de moral a ele e ao PT.

Superdosagem
Um telespectador atento do "Roda Viva" entende que, no meio de várias espertezas, Lula cometeu uma tolice: cutucou a CPI com vara curta demais.

Não à pirataria
Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), explicando por que não assistiu à entrevista do presidente na TV Cultura: "Na Globo estava passando "O Quarto do Pânico". Achei melhor ficar com o original".

Dois cenários
Se Lula concorrer com chances em 2006, Ciro Gomes tem um plano B: ser o vice. O plano A seria disputar ele mesmo a Presidência, apoiado por Lula, caso este fique pelo caminho.

Deixa comigo
Enquanto acompanha à distância o calvário de José Dirceu, Roberto Marques, o Bob, cuida dos interesses do amigo em São Paulo atuando para prorrogar, sem licitação, o contrato de uma arrendatária no porto de Santos.

Dupla dinâmica
Em sua missão, Bob conta com a ajuda de Danilo Camargo, presidente do Conselho de Administração da Codesp, administradora do porto de Santos. Camargo é personagem do caso dos dólares na cueca.

Conta conjunta 1
Luiz Gushiken se complica a cada dia na CPI dos Correios. Segundo as investigações, o decreto de Lula limitando a cinco o número de membros da Comissão de Licitação do BB, em 2003, entregou ao ex-ministro o controle da publicidade no banco.

Conta conjunta 2
Pelas contas da CPI, dos cinco membros, três eram indicados por Gushiken. Além disso, dos dois representantes do BB, um era o petista Henrique Pizzolato, que só mais tarde se desentenderia com o titular da Secom.

Cabala da crise
Pizzolato assumiu o cargo em 17 de fevereiro de 2003, mesmo dia em que saiu o primeiro "empréstimo" do BMG para o PT.

Contra a parede
Osmar Serraglio (PMDB) planeja divulgar um relatório preliminar da CPI dos Correios no mês que vem. Relator-adjunto, o tucano Eduardo Paes (RJ) já trabalha no parecer.

Marca registrada
Rosane Collor (AL) lançou sua candidatura a deputada federal pelo PMR do vice-presidente José Alencar. Seus outdoors trazem a indefectível marca dos dois "l" coloridos do ex-marido.

TIROTEIO

Do deputado Maurício Rands (PT-PE) sobre o relatório parcial apresentado pelo sub-relator de movimentação financeira da CPI dos Correios, Gustavo Fruet (PSDB-PR), pedindo o indiciamento de Delúbio Soares e Marcos Valério:
-O relatório é mesmo parcial, ou seja, só conta a história que interessa a um dos lados, como se o valerioduto tivesse sido inventado no governo do PT.

CONTRAPONTO

Propriedade medicinal

Nos anos 70, o pesquisador Augusto Ruschi, considerado um dos primeiros ambientalistas do Brasil, iniciou uma campanha contra a expansão do plantio de café no Espírito Santo e acabou sendo convidado para um debate sobre o tema na Assembléia de seu Estado natal.
Ruschi dizia que a monocultura do café causava danos ao meio ambiente, tese rebatida pela bancada de deputados estaduais ligados aos produtores.
O clima esquentou no debate, e um dos parlamentares pró-café quis levar Ruschi, como botânico, a discorrer sobre as propriedades benéficas da planta para a saúde do homem:
-O senhor, renomado cientista, deve saber que café aguça a inteligência, não é mesmo?
Ruschi não se intimidou:
-Sim, é verdade, o senhor tem razão. É exatamente por isso que os senhores deputados precisam tomar muito café.


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