São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Sincronicidade

Empenhado em desfazer a percepção de que estaria mais disposto a enquadrar o delegado Protógenes do que a punir Daniel Dantas, o ministro da Justiça, Tarso Genro, determinou à Polícia Federal que acelere o desfecho do inquérito contra o banqueiro.
Na sexta-feira passada, a PF encaminhou ao juiz Fausto De Sanctis, responsável pela Operação Satiagraha, a parte do processo em que Dantas é acusado de gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O restante fica para depois. O objetivo do fatiamento é equilibrar o noticiário. Com intervalo de poucos dias, devem ser divulgados resultados das investigações tanto contra o banqueiro como contra o delegado.



A todo vapor 1. Aumentou em 80% o número de processos internos instaurados pela corregedoria desde que Luiz Fernando Corrêa assumiu a PF no ano passado. As representações à espera de apuração subiram 65%.

A todo vapor 2. Segundo policiais, há uma orientação de Corrêa e de Tarso para endurecer contra quem "sair da linha". A direção da PF atribui a produtividade ao aumento de 15% no pessoal da corregedoria, além de treinamento.

Nômade. Ao determinar buscas e apreensões, a Corregedoria da PF solicitou "diligências veladas" para encontrar endereços secretos de Protógenes no Rio, Guarujá e Brasília. O inquérito afirma que havia "pelo menos dez logradouros possíveis".

De ponta. Em depoimento à corregedoria, o perito Fábio Melo Pfeifer diz que Protógenes "advertiu toda a equipe para que não citasse, em momento nenhum, interceptação via VOIP", tecnologia que passou a ser usada pelo grupo de Daniel Dantas e cujo monitoramento por escutas é raro.

Meio termo. Ministros e demais representantes do governo que participam do "road show" do PAC na Europa saem das conversas com a impressão de que o investimento externo vai, sim, escassear, mas não desaparecer.

Maiúsculo. O governador Roberto Requião (PMDB) anunciou, na TV Educativa do Paraná, que planeja realizar um evento "com as melhores cabeças da economia mundial" em busca de saídas para a crise. Ao vê-lo com o ex-BNDES Carlos Lessa detonando a atual política econômica, um governista não resistiu à ironia: "Isso o Obama não vai querer perder!".

Truque. Um senador da oposição explica por que não descarta apoiar o petista Tião Viana para a presidência da Casa: "Esse pessoal do PMDB nos usa para ameaçar o governo e no fim levar a diretoria financeira de alguma estatal". Ou o Ministério da Justiça.

Guardanapo. Autor de consulta ao TSE, Inocêncio Oliveira (PR-PE) tem problema imediato a resolver: se não mudar para um partido grande em 2007, perderá sua eterna vaga na Mesa da Câmara.

Boquinha. O PT, que levou duas secretarias no Rio, quer a liderança do governo Eduardo Paes (PMDB) para o vereador Adilson Pires. E uma subprefeitura na zona oeste.

Time. Miriam Belchior chefiará a transição de Luiz Marinho (PT) em São Bernardo.

Caixa-postal. Marcio Lacerda (PSB) pediu audiência com Patrus Ananias, opositor da aliança tucano-petista que o elegeu em BH. O ministro ainda não respondeu.

Visita à Folha. Mario Cesar Pereira de Araujo, presidente da TIM Celular, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Eduardo Octaviano, diretor de Relações com a Imprensa, José Luiz Liberato, diretor de Imagem e Publicidade, Carlos Cupo, diretor da TIM SP, e João Rodarte, presidente da CDN Comunicação Corporativa.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O Congresso não pode aceitar esse absurdo. Essa MP premia a filantropia de fachada e promove uma renúncia fiscal de R$ 5 bilhões."

Do deputado PAULO BORNHAUSEN (DEM-SC), sobre a medida provisória editada pelo Planalto que renova o certificado de filantropia de entidades, muitas delas suspensas e sob investigação de irregularidades.

Contraponto

Santo do dia

Recém-indicado para a Secretaria do Trabalho da gestão Kassab, o economista Marcos Cintra (PR) encerrava no Club Athletico Paulistano a campanha para se eleger vereador quando encontrou o consultor de investimentos Sérgio Belleza, irmão de Roberto Belleza, adjunto da pasta da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida.
-Marcos, admiro muito o seu trabalho. Aliás, andei colaborando com alguns projetos seus, lembra?
-Muito obrigado. Aproveite e leve o meu santinho!
No que Belleza abriu a carteira, deixou cair uma pilha de santinhos da também candidata Mara Gabrilli (PSDB).
Cintra não perdeu a deixa:
-É, não foi só comigo que você andou colaborando...


Próximo Texto: Supremo mantém punição para infidelidade partidária
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.