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Brasil regulamenta relação com o Vaticano
Acordo administrativo que será assinado hoje dá formato jurídico ao intercâmbio do país com a Santa Sé
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Depois de dois anos de negociações, o Brasil assina hoje um
acordo com o Vaticano que dá
um formato jurídico às relações
do país com a Santa Sé. A cerimônia de assinatura será feita
após encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e o papa Bento 16, no Vaticano.
O Itamaraty procurou afastar ontem os rumores de que o
documento concede ao Vaticano status privilegiado no país
em comparação com outras religiões, ou que contraria a separação entre Estado e Igreja.
Segundo a embaixadora do
Brasil junto à Santa Sé, Vera
Machado, esses temores surgiram devido ao "desconhecimento" sobre o conteúdo do
acordo, que começou a ser negociado em outubro de 2006,
um ano e meio após o papa
Bento 16 assumir a chefia da
Igreja Católica.
Na residência oficial, diante
de jornalistas brasileiros, a embaixadora leu os 17 artigos do
documento. Ela, porém, não divulgou cópia do acordo.
Vera Machado deu ênfase ao
artigo 11, que trata do ensino religioso facultativo no país. Por
exigência do Itamaraty, o artigo
foi modificado para incluir outras religiões, não só a católica,
como queria a Santa Sé.
A embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, que negociou o acordo, afastou qualquer temor de um acordo oculto em benefício do Vaticano.
"Não tem nenhuma malandragem. Se tivesse, seria o meu
pescoço que iria para a forca."
Maria Edileuza reiterou que
trata-se de um acordo "administrativo", que apenas ordena
em um único documento princípios que já estavam em vigor.
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