DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em resposta ao ato realizado no dia anterior contra a expulsão dos quatro parlamentares dissidentes do partido, o campo majoritário do PT divulgou ontem um manifesto a favor da "unidade de ação" e do "respeito às decisões do partido", defendendo a saída da senadora Heloísa Helena (AL) e dos deputados João Fontes (SE), Babá (PA) e Luciana Genro (RS).
"Esses parlamentares atacaram e desqualificaram o PT, acusaram com as mais torpes qualificações outros companheiros do partido, promoveram encontros com dirigentes de outros partidos para atacar as propostas [reformas] e, no final, uniram-se à oposição ao governo Lula, liderada pelo PFL e pelo PSDB, para derrotar politicamente o nosso governo", diz o documento, que foi intitulado "Sem respeitar o PT, ficar por quê?".
O manifesto foi assinado por 33 filiados ao PT-DF e endossado por 24 presidentes de diretórios regionais.
Não apoiaram o documento os diretórios dos Estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Apesar de não terem assinado o documento, estavam entre as cerca de 150 pessoas presentes no ato o presidente do PT, José Genoino, a senadora Ideli Salvatti (SC) e os deputados Paulo Pimenta (RS), Paulo Rocha (PA), Luiz Couto (PB), Luiz Sérgio (RJ) e José Pimentel (CE).
"Não cuspo na gamela em que comi, então que eles [radicais] vão cuspir em outra freguesia porque aqui está muito bom", disse Salvatti, que tem protagonizado um bate-boca com Helena no Senado.
Os atritos começaram quando Salvatti chamou a senadora de "senatriz" por ter chorado em um discurso contra o governo e a reforma da Previdência.
"Esse momento é duro e difícil, como nossa caminhada até aqui. Não podemos admitir que o individualismo de alguns coloque nosso projeto em risco", afirmou o deputado Luiz Sérgio. (FK)


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