São Paulo, terça-feira, 13 de dezembro de 2005

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CONGRESSO

Partido afirma que nomeação da mulher e do irmão de Aldo Rebelo nada teve a ver com a atuação do presidente da Câmara

PC do B defende contratação de parentes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PC do B, partido do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (SP), divulgou ontem nota defendendo a nomeação de dirigentes partidários para o gabinete de sua liderança na Câmara.
A informação foi veiculada ontem pelo jornal "O Estado de S.Paulo", que apontou a existência de 21 pessoas lotadas sob a rubrica CNE (Cargos de Natureza Especial) no gabinete, muitas delas militantes do partido que moram em São Paulo.
Entre eles, também está a mulher, Rita Polli, e um irmão de Aldo, Apolinário Rebelo. Na nota, o PC do B também defende as duas contratações.
Segundo o partido, ambos são militantes antigos e que não devem sua nomeação à atuação do presidente da Câmara. "Rita Polli e Apolinário Rebelo são funcionários da Câmara desde 2001 e 2003, respectivamente. Portando, bem antes da eleição de Aldo Rebelo à Presidência da Câmara, em setembro último", diz a nota.
Segundo a assessoria da Câmara, são na verdade 14 os CNEs da liderança do PC do B. Criados em 1992, essa função funciona com uma das espécies de cargo de confiança na Câmara, cuja contratação é feita sem concurso público.
No início da noite, Aldo divulgou nota dizendo que nunca "contratou parentes em seu gabinete e na presidência da Câmara, nem fez qualquer gestão para que a liderança [do PC do B] o fizesse". Segundo ele, a mulher e o irmão trabalham na liderança do PC do B "por méritos próprios, por escolha interna da bancada e têm militância autônoma no partido", ressaltando nunca ter adotado a filiação partidária como critério para contratação dos cargos técnicos de sua gestão.
Segundo o PC do B, as pessoas nomeadas no gabinete da liderança têm a função de "assegurar a ligação entre a direção nacional e a bancada e apoiar o trabalho em áreas específicas como relações institucionais com outros poderes". Pelo fato de a bancada ficar em Brasília e a direção nacional estar em São Paulo, algumas pessoas nomeadas vivem entre as duas cidades, segundo o partido.
A nota diz que uma das pessoas apontadas como militante na reportagem, Márcia Xavier, não é filiada ao partido e não reside em Fortaleza (CE), mas em Brasília.
A Câmara dos Deputados afirmou, por meio de sua assessoria, que não vê irregularidade na prática do PC do B, uma vez que uma consulta ao Tribunal de Contas da União a teria autorizado.
A Casa tem hoje cerca de 2.400 CNEs, que recebem salários variando de R$ 2,4 mil a R$ 6,2 mil. Destes, 1.650 estão lotados em comissões permanentes e temporárias da Casa. Outros 196 fazem serviço administrativo e 165 servem a Mesa Diretora. Para os partidos políticos, sobram 386 cargos, distribuídos proporcionalmente entre as bancadas. O PC do B tem uma das menores quotas.


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