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Líder de assentamento rural é assassinado no interior de Minas
João Calazans presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pingo D'Água
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
O líder de um assentamento
rural foi assassinado anteontem, em Pingo D'Água (MG).
João Alves Calazans, 50, ligado
à Federação dos Trabalhadores
na Agricultura do Estado de
Minas Gerais, estava no quintal
de casa com a mulher, a sogra,
uma cunhada e os dois filhos
quando foi atingido por um tiro
na cabeça, por volta das 21h30.
Segundo a PM, ninguém viu
o assassino, mas suspeita-se
que ele tenha fugido em uma
moto. Calazans morreu antes
de chegar ao hospital. Presidente da Associação do Assentamento Chico Mendes 2, também presidia o Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Pingo
D'Água. Foi secretário do Meio
Ambiente do município e coordenador regional da Fetaemg.
A Polícia Civil deteve ontem
três pessoas que teriam tido
atritos com o sindicalista. Segundo o escrivão Mauro Garcia, as três seriam liberadas
após prestar esclarecimentos.
Segundo a CPT (Comissão
Pastoral da Terra), as terras do
assentamento foram invadidas
em 1999 e, mesmo após a criação do assentamento, em 2002,
há conflitos na área por causa
da demora do governo em finalizar a divisão do espaço.
Em nota, a comissão disse
que Calazans recebia ameaças e
que sua morte era "anunciada".
"Ele incomodou os latifundiários do Vale do Rio Doce e do
Vale do Aço, denunciou as péssimas condições de trabalho e a
exploração de trabalhadores
rurais nas carvoarias da região,
que sustentam as siderúrgicas."
O Incra diz que 48 famílias
vivem no assentamento, mas
algumas diziam estar insatisfeitos com a divisão de lotes.
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