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Justiça revoga prisão de desembargadores do TJ-ES
Outras quatro pessoas também foram libertadas
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do Judiciário capixaba ganhou a liberdade às 19h
de ontem em Brasília, depois de
o presidente do TJ do Espírito
Santo, Frederico Pimentel, ter
sido preso com outras sete pessoas na terça-feira pela Polícia
Federal, na Operação Naufrágio. Eles são acusados de participar de um suposto esquema
de venda de sentenças judiciais.
O STJ (Superior Tribunal de
Justiça) decidiu ontem revogar
a prisão de três desembargadores, um juiz, dois advogados e
uma servidora do Tribunal de
Justiça do Espírito Santo. Foram libertados, além do desembargador Pimentel, os desembargadores Elpídio José Duque
e Josenider Varejão Tavares, o
juiz Frederico Luiz Schaider
Pimentel (filho do presidente
do Tribunal de Justiça) e a diretora de Distribuição do tribunal, Bárbara Pignaton Sarcinelli, cunhada do presidente.
No entendimento da ministra do STJ Laurita Vaz, que preside o inquérito no qual os suspeitos são investigados, não havia mais motivos para o grupo
continuar preso na medida em
que todos já prestaram depoimento à Polícia Federal e que
foram cumpridas as diligências
de busca e apreensão de documentos e equipamentos, que
podem se transformar em provas de crimes eventualmente
praticados por eles.
Segundo nota divulgada pela
assessoria do STJ, a ministra
advertiu o grupo de que eles devem estar à disposição para esclarecer fatos relacionados à
investigação sempre que se fizer necessário.
Infarto
Anteontem à noite, o desembargador Frederico Pimentel,
que estava preso em uma sala
da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal, foi
transferido para o Incor. Feitos
os exames médicos, verificou-se que ele sofrera um infarto.
Mesmo com a prisão revogada, o presidente do TJ capixaba
permanece internado em Brasília. A previsão é de alta para
hoje. O grupo é investigado por
transformar o tribunal num
"balcão de negócios", segundo a
PF. A suspeita é de que o grupo
manteve um suposto esquema
de venda e manipulação de sentenças em troca de favores e
vantagens pessoais.
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