|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Policial se ligou a políticos após sequestro em 97
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Citado como testemunha no
inquérito do mensalão do
DEM, o policial civil aposentado Marcelo Toledo Watson, 40,
é um dos donos da Voxtec Engenharia e Sistemas, empresa
que faturou só neste ano R$ 6,6
milhões em negócios com o governo do Distrito Federal.
Ele aparece em um vídeo repassando dinheiro a um assessor do governador José Roberto Arruda (ex-DEM). Na gravação, Toledo cita suposta propina a ser entregue ao vice-governador Paulo Octávio (DEM).
A aproximação de Toledo
com os políticos teve início em
1997, quando uma filha do empresário e então deputado Luiz
Estevão foi sequestrada. Toledo foi um dos agentes que invadiram o cativeiro onde ela estava presa. Levou um tiro no braço e teve de ser operado no exterior. Pediu ajuda a Luiz Estevão. Aposentou-se aos 28 anos.
A partir daí, aproximou-se
dos políticos. Conheceu Fábio
Simão, ex-secretário de Joaquim Roriz e chefe de gabinete
(afastado) de Arruda. Mas tinha mais afinidade com o também policial Durval Barbosa.
Em 2006, Toledo foi candidato a deputado distrital pelo
PSL na chapa de Arruda, mas
perdeu. Em 2010, planejava
disputar de novo uma vaga na
Câmara Legislativa, desta vez
pelo PPS, partido do ex-secretário de Saúde e deputado Augusto Carvalho, citado no inquérito do mensalão do DEM.
Na sua ficha de filiação ao
PPS, Toledo deu como endereço uma casa de alto padrão no
Lago Sul, bairro nobre de Brasília, onde os imóveis não custam
menos que R$ 1 milhão. A casa
está registrada em nome do ex-procurador-geral da República
Geraldo Brindeiro desde 1989.
Procurado, Brindeiro não foi
localizado para dizer se vendeu
ou alugou a propriedade. A Folha também procurou Toledo
em casa, na empresa e por telefone, mas ele não ligou de volta.
(FERNANDA ODILLA E ADRIANO CEOLIN)
Texto Anterior: Mensalão revelou a força dos policiais do DF Próximo Texto: Protesto: Carreata contra Arruda reúne 500 veículos em Brasília Índice
|