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"Eucaristia não é show", diz bispo de MT
da Reportagem Local
"A eucaristia não é um show."
Essa é a síntese da opinião de dom
Pedro Casaldáliga, bispo de São
Félix do Araguaia (MT), sobre o
estilo de celebração adotado pelo
padre Marcelo Rossi.
Ligado à corrente progressista da
Igreja Católica, Casaldáliga vê em
padre Marcelo um fenômeno
"passageiro", que perderá sua influência com o tempo.
O bispo compara o padre a fenômenos de massa quando perguntado sobre sua capacidade de
atrair fiéis para a igreja.
"O povo também está sendo
atraído pelo Ratinho, pelo Leão e
pela Xuxa. E eles não são muito
adequados", diz, em relação aos
apresentadores de programas populares de TV.
"Há muita gente à procura de religiosidade que, evidentemente, se
deixa levar", afirma.
E acrescenta: "Uma coisa é um
cantor, um ator. Outra é um padre-cantor ou um padre-ator".
O bispo defende mudanças na
celebração de missas para "acabar
com a monotonia", mas condena o
que considera falta de elegância e
publicidade fácil, que seriam características do padre Marcelo.
²
Religiosidade alienada
Fiel à orientação progressista,
Casaldáliga diz temer uma forma
de religiosidade "alienada, que esqueça o compromisso social do
Evangelho".
Novamente, uma ameaça representada pelo padre, ligado à Renovação Carismática, corrente conservadora da igreja que privilegia
questões "espirituais".
O bispo afirma que o estilo do
padre paulista não foi discutido no
último encontro da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), realizado em abril.
Mas considera inevitável que o
assunto seja analisado na próxima
conferência, também em abril,
ainda que de maneira periférica.
Casaldáliga ressalta que não vê
Rossi como um tema prioritário de
discussões. "Eu estou mais preocupado com a situação social do
país", afirma.
O bispo de São Félix do Araguaia
é defensor da reforma agrária e dos
sem-terra. Em 96, afirmou: "Se o
governo não faz a necessária reforma agrária, o povo tem que fazer".
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