da Sucursal de Brasília

O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) vai enviar à corregedoria da Câmara e à CPI do Narcotráfico cópias de documentos que apontam suposta prática dos crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos pelo deputado Silas Câmara (PTB-AM), suplente da CPI.
O objetivo do deputado é que as denúncias sejam investigadas e, caso comprovadas, seja aberto um processo de cassação.
Entre os documentos, há cópias autenticadas de carteiras de identidade e CPFs com números diferentes nos quais Câmara aparece com dois nomes, embora a data de nascimento (15 de dezembro de 1962) e o nome da mãe sejam os mesmos.
Segundo os documentos apresentados por Mattos, o deputado usaria os nomes de Silas Câmara e Silas Duarte Câmara. Há cópia de registro do Serasa (órgão do Banco Central) no qual consta a emissão de cheques sem fundo com os números dos dois CPFs supostamente usados pelo deputado. Os cheques teriam sido emitidos em março, maio e junho de 95 e fevereiro, junho e novembro de 98.
O corregedor da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), está investigando as denúncias contra Silas Câmara. Ele recebeu cópia do pedido de abertura de inquérito pela Polícia Federal feito pelo procurador da República no Amazonas Osório Barbosa.
O procurador pede a investigação de Câmara pela suposta prática dos crimes de falsidade ideológica, estelionato, fraude processual, falsificação de moeda, roubo, tráfico, bigamia, registro de filha de outro como se fosse sua e formação de quadrilha.
Ontem, a Folha não conseguiu localizar Silas Câmara. Na última terça-feira, o advogado do deputado, Geraldo Macena, enviou à reportagem a defesa de seu cliente. Ele nega todas as denúncias. Só admite que registrou a filha de relacionamento anterior de sua mulher em seu nome, mas com consentimento do pai verdadeiro.


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