São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2004

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Benedita diz que pretende continuar ministra

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cotada para deixar o cargo na reforma ministerial, Benedita da Silva (Assistência Social) disse ontem que quer permanecer no posto. Ela, porém, afirmou não estar preocupada com prováveis mudanças que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará na equipe.
"Perguntando a todo e qualquer ministro se ele quer permanecer, todos os ministros querem permanecer. Eu não seria diferente", disse Benedita. "Eu não nomeio nem demito ministro. Então não tenho com o que me preocupar."
Na reunião das cúpulas do governo e do PT no sábado, no Palácio da Alvorada, decidiu-se que serão fundidos os ministérios da Assistência Social (de Benedita) e do Combate à Fome e Segurança Alimentar (de José Graziano).
Para o superministério da área social, Lula teria três opções: Ciro Gomes (Integração Nacional), Ricardo Berzoini (Previdência) e um terceiro nome de impacto.
Benedita esteve reunida ontem com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, para pedir apoio a programas sociais. A Assistência Social tem um dos maiores orçamentos da Esplanada: R$ 12 bilhões, segundo Benedita.
"Eu trabalho como se estivesse no primeiro dia. Não posso deixar parar o ministério que tem o maior programa de transferências de renda. Temos um volume grande ações que não podem parar, independentemente dos acertos do governo", afirmou a ministra, ao ser questionada se as especulações sobre a reforma ministerial alteraram sua rotina.
Benedita disse ainda que não se sente constrangida pelas notícias que dão como certa sua saída do ministério.
"Eu não tenho esse constrangimento. Eu não entro nessa ansiedade, nessa angústia."

Argentina
Na avaliação dela, está superado o episódio de sua viagem à Argentina e o fato não pode ser associado à reforma ministerial. "Se alguma coisa for feita, será por necessidade política e não por episódios esporádicos e isolados."
No ano passado, a ministra foi para a Argentina participar de um encontro de evangélicos, mas com as despesas pagas pelo governo. Embora tenha tentado justificar que a viagem também foi para encontros oficiais, ela sofreu um grande desgaste político.
Na entrevista de ontem, destacou que não tem um projeto político individual e, por isso, acatará qualquer decisão do presidente. "Nunca participei de uma disputa política que não fosse dentro de um projeto mais coletivo."
Benedita evitou dar sua opinião sobre a eventual criação de um superministério da área social. "Eu não tenho que achar nada. Quem acha é o presidente. Nós mandamos mensalmente um relatório para a Presidência."
A ministra adiantou ainda que subirá no palanque do provável candidato do PT à Prefeitura do Rio, deputado federal Jorge Bittar.


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