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Benedita diz que pretende continuar ministra
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cotada para deixar o cargo na
reforma ministerial, Benedita da
Silva (Assistência Social) disse ontem que quer permanecer no posto. Ela, porém, afirmou não estar
preocupada com prováveis mudanças que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará na equipe.
"Perguntando a todo e qualquer
ministro se ele quer permanecer,
todos os ministros querem permanecer. Eu não seria diferente",
disse Benedita. "Eu não nomeio
nem demito ministro. Então não
tenho com o que me preocupar."
Na reunião das cúpulas do governo e do PT no sábado, no Palácio da Alvorada, decidiu-se que
serão fundidos os ministérios da
Assistência Social (de Benedita) e
do Combate à Fome e Segurança
Alimentar (de José Graziano).
Para o superministério da área
social, Lula teria três opções: Ciro
Gomes (Integração Nacional), Ricardo Berzoini (Previdência) e
um terceiro nome de impacto.
Benedita esteve reunida ontem
com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, para pedir
apoio a programas sociais. A Assistência Social tem um dos maiores orçamentos da Esplanada: R$
12 bilhões, segundo Benedita.
"Eu trabalho como se estivesse
no primeiro dia. Não posso deixar
parar o ministério que tem o
maior programa de transferências de renda. Temos um volume
grande ações que não podem parar, independentemente dos acertos do governo", afirmou a ministra, ao ser questionada se as especulações sobre a reforma ministerial alteraram sua rotina.
Benedita disse ainda que não se
sente constrangida pelas notícias
que dão como certa sua saída do
ministério.
"Eu não tenho esse constrangimento. Eu não entro nessa ansiedade, nessa angústia."
Argentina
Na avaliação dela, está superado
o episódio de sua viagem à Argentina e o fato não pode ser associado à reforma ministerial. "Se alguma coisa for feita, será por necessidade política e não por episódios esporádicos e isolados."
No ano passado, a ministra foi
para a Argentina participar de um
encontro de evangélicos, mas
com as despesas pagas pelo governo. Embora tenha tentado justificar que a viagem também foi
para encontros oficiais, ela sofreu
um grande desgaste político.
Na entrevista de ontem, destacou que não tem um projeto político individual e, por isso, acatará
qualquer decisão do presidente.
"Nunca participei de uma disputa
política que não fosse dentro de
um projeto mais coletivo."
Benedita evitou dar sua opinião
sobre a eventual criação de um
superministério da área social.
"Eu não tenho que achar nada.
Quem acha é o presidente. Nós
mandamos mensalmente um relatório para a Presidência."
A ministra adiantou ainda que
subirá no palanque do provável
candidato do PT à Prefeitura do
Rio, deputado federal Jorge Bittar.
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