São Paulo, sexta, 14 de fevereiro de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente descarta freio na economia

da Reportagem Local

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse em entrevista à CNN que o governo brasileiro não vai frear a economia para combater o déficit comercial por meio da redução das importações.
``Não queremos diminuir as importações. Ao contrário, acreditamos que o importante é aumentar as exportações. Vamos dobrar nossas vendas no exterior, nos próximos quatro a cinco anos, de US$ 50 bilhões para US$ 100 bilhões.''
FHC disse que não está preocupado com o déficit comercial porque o país tem reservas e está recebendo investimentos estrangeiros suficientes para o financiamento do déficit em conta corrente do balanço de pagamentos.
O presidente tornou a ``vender'' o Brasil como uma boa escolha para os investimentos estrangeiros. Ele disse que o Brasil é bom para os investimentos por três razões: inflação em queda, poder aquisitivo em alta e um enorme mercado formado por 160 milhões de pessoas.
``A nossa taxa de câmbio manteve-se quase a mesma nos últimos dois anos. Isso é bom, porque temos agora previsibilidade. Você pode prever o que vai acontecer no futuro'', afirmou.
A entrevista de cinco minutos, gravada domingo passado em Londres, foi ao ar ontem durante a apresentação do programa de negócios da rede de notícias norte-americana.
FHC disse que o déficit comercial é uma nova experiência no Brasil. ``No passado, tínhamos a possibilidade de neutralizá-lo, desvalorizando a moeda para reduzir custos internos'', disse.
``Mas não pensamos mais assim. Acreditamos que é importante aumentar a produtividade. Para nós, essa é a chave do futuro.''
``Estamos aumentando a produtividade e reduzindo os juros dos financiamentos para nossos produtos de exportação'', disse.
Perguntado sobre o andamento das reformas constitucionais, FHC disse esperar a conclusão das reformas administrativa e da Previdência Social ainda neste semestre.
Disse que a privatização da Vale do Rio Doce, ``por um valor de US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões'', vai acontecer nos próximos meses.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1996 Empresa Folha da Manhã