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REFORMA
Declarações são mal recebidas
Lula tentará acalmar as centrais sindicais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva deverá esclarecer na próxima semana às centrais sindicais
suas declarações sobre a reforma
trabalhista. Ontem, o secretário
de Relações do Trabalho, Osvaldo
Bargas, telefonou para o presidente e pediu a ele que tranqüilizasse os líderes sindicais.
Em jantar com jornalistas nesta
semana, o presidente Lula afirmou que o único ponto que não
será negociado na reforma trabalhista será o direito a férias. O restante, inclusive a multa de 40% do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço), poderia ser
revisto na reforma.
"O presidente disse que está à
disposição das centrais para conversar sobre o assunto. Como a
agenda dele hoje [ontem] está
muita apertada, a conversa ficou
para a semana que vem", relatou
o secretário, amigo pessoal de Lula e também coordenador do FNT
(Fórum Nacional do Trabalho).
No FNT, que foi instalado há oito meses, trabalhadores, patrões e
governo discutem a reforma sindical, que deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional em
abril. A expectativa do governo é
aprová-la ainda neste ano.
"As declarações foram graves",
disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. "Muitas pessoas não diferenciam a reforma sindical da trabalhista e podem achar que estamos negociando direitos aqui",
acrescentou Paulinho ao sair da
reunião do FNT em Brasília.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CGT (Central Geral dos Trabalhadores) e a Força
protocolaram ontem no Palácio
do Planalto uma nota conjunta
em que manifestam "estranheza e
preocupação" com relação às declarações de Lula.
O Tribunal Superior do Trabalho também divulgou nota alertando que a multa do FGTS não
poderá ser extinta enquanto não
for regulamentado o dispositivo
constitucional que prevê uma indenização para compensar uma
demissão sem justa causa.
(JULIANNA SOFIA)
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