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Outro lado
Para deputados, doações não vão afetar trabalhos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados ouvidos pela Folha negaram que doadores de campanhas possam interferir na condução de seus trabalhos à
frente das comissões.
O tucano Júlio Semeghini (SP) disse que há oito
anos atua na comissão de
Ciência e Tecnologia e que
as doações de empresas ligadas à área se devem ao
fato de que seus projetos
atraíram investimentos e
beneficiaram o setor. "Isso
incentivou as empresas a
fabricarem no Brasil. Por
ser conhecedor do setor,
posso ser interlocutor
com a sociedade", disse.
João Campos (PSDB-GO) admite a "incoerência" no fato de ter recebido
recursos de empresas ligadas à área de atuação da
comissão que chefiará,
mas afirma que a culpa é
da legislação eleitoral. "O
sistema brasileiro criou
essa situação, é natural
que tenha relação com
empresas ligadas à atividade parlamentar. Não teria
como negociar com um laboratório químico, por
exemplo", afirmou ele.
José Otávio Germano
(PP-RS) diz se sentir "totalmente descompromissado" em relação aos doadores de sua campanha.
Já Eliseu Padilha
(PMDB-RS), indicado para a Comissão de Transportes, disse que, "se tem
reconhecimento de parte
do setor", isso se deve à
atuação no Executivo. Padilha foi ministro dos
Transportes de 1997 a
2001, na gestão FHC. "Não
vejo qualquer identificação de interesse."
A Folha não conseguiu
localizar Marcos Montes
(PFL-MG) e Wellington
Fagundes (PR-MT).
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