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DITADURA
SP aumenta indenização para torturado na barriga da mãe
DA REPORTAGEM LOCAL
"São valores simbólicos. O
que são R$ 22 mil, R$ 39 mil?
Não há tabela para tortura.
Não se precisaria falar de indenização se a gente tivesse
passado essa história a limpo
de verdade no Brasil."
A frase é de João Carlos de
Almeida Grabois, 34, após
julgamento ontem em que a
Comissão de Ex-Presos Políticos de São Paulo decidiu
conceder a ele R$ 39 mil de
indenização por reconhecer
que ele foi um preso político
e sofreu torturas quando ainda estava na barriga da mãe,
entre 1972 e 1973, durante o
regime militar (1964-1985).
Em 2004, em decisão inédita de reconhecer um feto
como preso político, a comissão de São Paulo já havia
concedido R$ 22 mil a João
Carlos. Ele recorreu e ontem
ganhou o valor máximo.
Ele é filho da ex-guerrilheira Criméia Grabois, presa em 1972 grávida de sete
meses. Segundo testemunhas, ela sofreu torturas. O
Estado entendeu que as sevícias se estenderam ao feto.
João Carlos defendeu ontem que sejam responsabilizados pelas ações não só o
Estado mas também oficiais
e funcionários envolvidos.
Ontem, a comissão também decidiu conceder a dois
primos de João Carlos, Janaína de Almeida Telles, 39,
e Edson de Almeida Telles,
38, indenizações de R$ 39
mil (antes a sentença lhes
dava R$ 22 mil). Quando os
pais estiveram presos, eles tinham 5 e 4 anos e relataram
que eram obrigados a vê-los
feridos, resultado de tortura.
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