São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

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DITADURA

SP aumenta indenização para torturado na barriga da mãe

DA REPORTAGEM LOCAL

"São valores simbólicos. O que são R$ 22 mil, R$ 39 mil? Não há tabela para tortura. Não se precisaria falar de indenização se a gente tivesse passado essa história a limpo de verdade no Brasil."
A frase é de João Carlos de Almeida Grabois, 34, após julgamento ontem em que a Comissão de Ex-Presos Políticos de São Paulo decidiu conceder a ele R$ 39 mil de indenização por reconhecer que ele foi um preso político e sofreu torturas quando ainda estava na barriga da mãe, entre 1972 e 1973, durante o regime militar (1964-1985).
Em 2004, em decisão inédita de reconhecer um feto como preso político, a comissão de São Paulo já havia concedido R$ 22 mil a João Carlos. Ele recorreu e ontem ganhou o valor máximo.
Ele é filho da ex-guerrilheira Criméia Grabois, presa em 1972 grávida de sete meses. Segundo testemunhas, ela sofreu torturas. O Estado entendeu que as sevícias se estenderam ao feto.
João Carlos defendeu ontem que sejam responsabilizados pelas ações não só o Estado mas também oficiais e funcionários envolvidos.
Ontem, a comissão também decidiu conceder a dois primos de João Carlos, Janaína de Almeida Telles, 39, e Edson de Almeida Telles, 38, indenizações de R$ 39 mil (antes a sentença lhes dava R$ 22 mil). Quando os pais estiveram presos, eles tinham 5 e 4 anos e relataram que eram obrigados a vê-los feridos, resultado de tortura.


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