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Polícia faz mais 21 mandados de busca no DF
Equipes da PF estiveram na casa de aliado de Paulo Octávio, governador interino, e na sede administrativa do governo
Além de computadores, foram recolhidos dinheiro e documentos; Paulo Octávio deve se encontrar com o presidente Lula na quarta
FILIPE COUTINHO
LUCAS FERRAZ
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em mais um desdobramento
das investigações do mensalão
do DEM, a Polícia Federal
cumpriu ontem 21 mandados
de busca e apreensão em órgãos
do governo do Distrito Federal
e nas casas de envolvidos no escândalo, entre elas a de um aliado do governador interino,
Paulo Octávio (DEM).
Quinze equipes da PF cumpriram os mandados em nove
órgãos públicos, incluindo a sede administrativa do governo
do DF, além de 12 casas de
membros do Executivo e aliados, como é o caso do ex-policial Marcelo Toledo, próximo
de Paulo Octávio.
Toledo foi flagrado em vídeo
na investigação da Operação
Caixa de Pandora perguntando
sobre dinheiro para o então vice-governador -que nega ter
relação financeira com ele.
O advogado do ex-policial,
Raul Livino, afirmou que a PF
não recolheu nada na casa de
seu cliente. Um agente federal
que participou da ação disse à
Folha que nenhum mandado
de busca e apreensão foi cumprido na casa de Paulo Octávio.
As buscas foram realizadas
ontem porque a autorização
para cumpri-las só foi expedida
pelo Superior Tribunal de Justiça na noite de sexta-feira.
Além de computadores, a PF
recolheu documentos e dinheiro achado na casa de um dos investigados -segundo o órgão,
foram recolhidos R$ 1.000 e
US$ 2.600. Ninguém foi preso.
A ação, coordenada pelo delegado Alfredo Junqueira, diz
respeito ao inquérito da Caixa
de Pandora, não tendo relação
com a prisão preventiva de José Roberto Arruda, detido por
suposta tentativa de suborno
de testemunha da investigação.
O governador afastado, detido no prédio do Instituto Nacional de Criminalística, da PF,
recebeu a visita da mulher, Flávia (que montou um esquema
para despistar a imprensa), e do
advogado José Gerardo Grossi.
Grossi relatou que Arruda está "naturalmente abatido". Ele
não tomou banho de sol nem
pediu visita íntima. Todos os
dias, é examinado por um médico, pela manhã e à tarde.
Segundo Grossi, a defesa estuda outra alternativa, além do
pedido de habeas corpus, a ser
julgado no Supremo Tribunal
Federal, para libertar Arruda.
Paulo Octávio
Em uma estratégia para se
manter como governador interino, Paulo Octávio tenta costurar apoio dos partidos locais,
concedendo cargos na administração. Ele pediu que os secretários que trabalharam com Arruda coloquem os cargos à disposição e que as pastas divulguem as contas na internet. "É
o momento de ter outros políticos, outros partidos fazendo
parte do governo", disse.
Paulo Octávio também confirmou que deve se reunir com
Lula, na próxima quarta, para
pedir apoio contra uma intervenção federal. No mesmo dia,
ele tem reunião agendada com
lideranças de 12 partidos.
O interino disse ainda que
não descarta renunciar caso isso sirva para "ajudar a cidade".
Sobre os quatro pedidos de
impeachment contra ele na Câmara Legislativa, afirmou ser
alvo de "uma briga política". Investigado como um dos beneficiários do mensalão, ele sofre
pressões dentro do DEM e já foi
forçado a deixar a presidência
da legenda na capital.
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