São Paulo, terça-feira, 14 de março de 2006

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Tudo indica

Até onde foi possível ver, o novo e talvez derradeiro capítulo da novela tucana abriu pontualmente às 18h, no blog Primeira Leitura.
- Serra decide não disputar prévias porque dividiria o PSDB e põe candidatura à disposição da cúpula tucana; tudo indica que candidato será Alckmin.
Comentou depois Reinaldo Azevedo, no blog tucano:
- O ônus da divisão trocou de mãos. Pertence a Alckmin. Se não vencer, terá sido candidato com metade dos votos que tinha seu adversário interno. Feito candidato e se vencer, torna-se com seu grupo o dono do PSDB. Terá passado uma geração. O partido será outro. Com qual formação, ideologia, princípios, cara? Ninguém sabe.
O enunciado resumiu o que se viu, ouviu e leu a partir daí, na cobertura eletrônica.
 
Josias de Souza, na manchete da Folha Online:
- A tendência é o tucanato confirmar nesta terça Alckmin como seu candidato oficial... Um detalhe tonifica a tendência. Arthur Virgílio comunicou aos colegas de bancada e lideranças do PFL que a direção já prepara o anúncio de Alckmin.
Tereza Cruvinel, no Globo Online, relatou que todos os sete governadores tucanos foram chamados a São Paulo.
 
O blog de Alon Feuerweker avalia de outra forma:
- Serra transferiu à cúpula a responsabilidade de retirá-lo da corrida presidencial... À noite, por telefone, o prefeito afirmou a este blog que, "se o partido quiser, serei candidato".
 
Na novela paralela sobre o candidato tucano a governador de São Paulo, o mais curioso é assistir à pressão que visa agora juntar José Serra com Orestes Quércia para o Senado.
Foi o assunto que ocupou o Noblog tucano no dia de ontem, com Ricardo A. Setti.
 
Ao menos um blogueiro, Jorge Moreno, deixou flagrante a sua irritação com a novela tucana, que já vai para dois meses. Dele, no Globo Online:
- Entre Serra e Alckmin, eu prefiro comer entre as refeições. A expectativa é dos políticos em geral. Eu só penso em ver no Rio a peça com Aracy Balabanian, "Comendo entre Refeições.

O ESTADO DA MÍDIA


O logo do "estado da mídia", que chegou ontem à tarde


Saiu o principal estudo sobre o jornalismo nos EUA -e, de certa maneira, daí para o mundo. É o "estado da mídia", do Projeto pela Excelência no Jornalismo. São páginas e mais páginas, para chegar a uma conclusão, no título do "New York Times", "aumentam os veículos de mídia, mas eles cobrem menos notícias".
A idéia é que, da imprensa à TV, passando pela web, a quantidade saltou, mas a diversidade caiu. Pior, grandes jornais e telejornais de horário nobre estão entre os que restringem a cobertura a poucos fatos:
- Já a blogosfera evitou as notícias [de grande mídia] e focou temas maiores, de longo prazo.
No texto do próprio estudo, "ao contrário do que diz a crítica sobre a blogosfera ser parasitária", é ela que mais diversifica. Do americano BuzzMachine ao brasileiro Blue Bus, os blogs de mídia festejaram o relatório.


O caminho
Karen Hughes, subsecretária de Estado e uma das principais assessoras de George W. Bush desde o Texas, está em São Paulo -da Folha Online à Jovem Pan. No site de seu Departamento de Estado, igualou Lula a Lincoln e louvou o "Zero Hunger":
- A eleição para presidente de Lula comprova não só a força da democracia no Brasil, mas também aponta o caminho para a frente na América Latina.

As tropas
Não por coincidência, ontem no "Café com o Presidente", lá estava Lula a prometer que as tropas brasileiras ficam no Haiti. Já a Espanha anunciou no fim de semana que vai tirar seus 200 soldados e, segundo o "El País", "provocou mal-estar".
Se prosseguem no Haiti, as tropas brasileiras também não vão desistir dos morros do Rio -ao menos foi o que decidiu o mesmo Lula, tarde da noite.


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