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Juíza de SC arquiva mais um processo contra a Folha
Fiéis da Universal moveram 74 ações contra o jornal
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma juíza da comarca de
Abelardo Luz (SC), a 574 km de
Florianópolis, arquivou mais
uma ação movida em nome de
fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus contra a Folha e a
jornalista Elvira Lobato.
Dos 74 processos ajuizados
até ontem por fiéis que se dizem ofendidos com a reportagem "Universal chega aos 30
anos com império empresarial", publicada em dezembro,
essa é a 15ª sentença. Todas as
decisões proferidas foram favoráveis à Folha.
A juíza Camila Coelho entendeu que o fiel Raimundo Jorge
Vale de Melo é parte "ilegítima
para pleitear a indenização".
"Daqui a pouco não se poderá mais citar a profissão de ninguém, bem como partido político, time de futebol ou município de origem em qualquer
meio de comunicação, porque
os demais políticos, torcedores
ou moradores alegarão ter sofrido abalo moral", escreveu a
magistrada na decisão.
Coelho rejeitou eventual
condenação do autor por litigância de má-fé.
"O fato de os pastores evangélicos e/ou fiéis da Igreja Universal terem ajuizado ação em
diversas comarcas do país, por
si só, não comprova que estão
litigando de má-fé. O direito de
ação encontra amparo constitucional", informou a juíza.
Todos os processos judiciais
movidos contra o jornal seguem uma mesma linha: têm
textos semelhantes, foram
ajuizados na Justiça Especial
-que exige a presença das partes em cada audiência- e em
cidades distantes das respectivas capitais.
Entre os dias 24 e 28 deste
mês, por exemplo, foram agendadas 15 audiências em diferentes Estados do país.
"O Globo"
O jornal "O Globo" foi alvo de
um processo movido em nome
de uma seguidora da Igreja
Universal, que alegou ter sofrido grande abalo moral ao ler reportagem divulgada pelo diário
carioca no dia 14 de fevereiro.
A fiel Rosa Maria Soares afirmou que a igreja foi tratada como quadrilha de crime organizado, já que a reportagem informa que a Universal move
ações orquestradas contra jornalistas. Ela questionou ainda o
uso da palavra "seita" para designar a Iurd. O termo, disse,
depreciou a imagem da igreja.
O processo foi ajuizado na
comarca de Niterói.
O diretor de Redação, Rodolfo Fernandes, vê na ação da fiel
contra "O Globo" o mesmo padrão de litigância de má-fé já
repudiado pelo Judiciário.
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