São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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PAINEL

Fixação verde-oliva

A disputa pelo controle da Polícia Federal tem sido erroneamente traduzida como uma queda-de-braço entre o general Alberto Cardoso (Segurança Institucional) e os ministros da Justiça. Na realidade, no lugar do general deve-se ler Exército.

Estilo FHC

O Planalto contabilizou a aprovação do Orçamento como uma vitória sobre ACM. Tirou mais um instrumento de barganha do baiano. Na próxima semana, vota o piso regional (cada Estado fixa o que quiser). No dia 26, a votação do mínimo de R$ 151 estará esvaziada.

Mudança de planos

José Gregori (Justiça) estava de malas prontas para Lisboa. Assumiria em julho a secretaria-executiva da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). FHC o convenceu a mudar de planos. O que não foi propriamente difícil.

Programão

Comentava-se ontem na Esplanada dos Ministérios que a posse de Gregori (Justiça), hoje, é o "mico" da semana. Na sexta, os principais convidados costumam estar longe de Brasília. Ontem tinha gente graúda querendo driblar a cerimônia.

Até o fim

Roseana Sarney (MA) acha que o PFL não tem mais como voltar atrás na questão do mínimo e deve votar contra os R$ 151. FHC que decida depois se quer ou não a legenda na base de apoio do governo.

Afago e expectativa

Pedro Parente (Casa Civil) pediu a FHC que ligasse para ACM agradecendo a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Foi uma conversa curta e protocolar. O presidente e o baiano têm encontro marcado dia 22, em Porto Seguro (BA), na comemoração dos 500 anos.

Pantera

Detalhe que passou despercebido: as 16 pastas com acusações contra ACM (PFL) que Jader Barbalho (PMDB) encaminhou à Mesa do Senado eram cor-de-rosa. O bote foi arquitetado nos mínimos detalhes.

Balanço a salvo

O Tesouro, e não a Caixa Econômica Federal, assumirá o prejuízo se o Supremo decidir corrigir os saldos do FGTS por conta de expurgos inflacionários. A CEF vai apenas redimensionar seus projetos habitacionais para este ano.

Boicote aos genéricos

O Ministério da Saúde fez uma inspeção nas farmácias paulistanas e constatou que lojas da Drogasil, Droga Raia, Drogaria Onofre e Drogaria São Paulo não têm genéricos para vender. O ministro José Serra suspeita de boicote. A margem de lucro dos genéricos é menor.


Malufinho

Parece piada, mas há quem defenda no PPB que Maluf seja candidato. Não a prefeito, mas à Câmara de SP. Para puxar votos para a legenda. No círculo mais próximo do chefe, o zunzum é tomado como um insulto.

Papelão à toa

Relator da comissão do impeachment de Pitta, Brasil Vita recebera garantias do governo de que tinha os votos para arquivar o processo. Achou que se expôs demais sem precisar.

Truco municipal

Com a anunciada adesão do PTB, o PMDB tornou-se o fiel da balança na tramitação do impeachment. A sigla está dividida. Na oposição, porém, teme-se que o partido esteja apenas tentando melhorar o cacife.

À flor da pele

Em vários momentos, o vereador Natalício Bezerra (PTB) ameaçou abandonar a comissão do impeachment ontem. Dizia estar à beira de um infarto. Temendo a repercussão, acabou ficando. Sem o seu voto, Celso Pitta sairia vitorioso.

Visita à Folha

O economista Francisco Gros, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado da assessora de imprensa Mirian Guaraciaba.

TIROTEIO


De Saulo Feitosa, vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário, sobre ACM:
- Todas as recentes ações violentas do governo da Bahia contra os índios têm a mão de Antonio Carlos Magalhães.

CONTRAPONTO

Pesadelo brasiliense
Ulysses Guimarães, na presidência do Congresso constituinte, costumava colocar as matérias em votação por volta das 19h, 20h. Mesmo que o plenário estivesse cheio desde as 17h.
Alegava que a votação corria com mais rapidez:
- É a hora em que os velhos querem dormir e os jovens namorar.
Anteontem, a votação da lei orçamentária prometia varar a madrugada. Mas antes das 20h, Gerson Peres (PPB-PA), que costuma ir cedo para a cama, começou a gritar no microfone do plenário:
- Vamos dormir, vamos dormir, vamos dormir!
Repetiu o apelo várias vezes, em vão. Por fim, já por volta da meia-noite, governo e oposição chegaram a um acordo. Peres respirou aliviado. Mas a Mesa franqueou a palavra aos congressistas, dez minutos para cada um. Quando o primeiro começou a falar, Peres não se conteve novamente:
- Já tem acordo, já tem acordo. Cala a boca. Vamos dormir!


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