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Rossetto cobra "ação" de Alckmin
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto (PT),
disse ontem que o governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), "deve parar de se comportar como espectador e agir"
para intensificar o processo de reforma agrária no Estado, sobretudo no Pontal do Paranapanema.
"Ele [Alckmin] não é um mero
espectador da reforma agrária, ele
tem uma tarefa a cumprir e responsabilidades muito claras nessa
área", disse Rossetto, ao entregar
à Folha o balanço concluído ontem sobre os processos de obtenção de terras para assentamento.
Segundo o ministro, toda a área
do Pontal do Paranapanema é devoluta, está em processo judicial,
e "o governo federal está impedido de atuar porque [as terras]
pertencem ao Estado de São Paulo". Ele disse que foi "várias vezes"
ao Estado desde o ano passado e
citou um convênio entre os governos federal e estadual, no valor de
R$ 29 milhões, para indenização
de benfeitorias em áreas devolutas para acelerar a reforma agrária. "A tarefa é dele [Alckmin],
não nossa", disse Rosseto.
Anteontem, Alckmin criticou
duramente as invasões do MST
(Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) e aproveitou
para cutucar o governo, falando
em "anemia econômica". O governador voltou a criticar o MST
ontem: "Estamos fazendo em São
Paulo uma boa reforma agrária. A
invasão é a antítese da reforma
agrária". Também respondeu a
ameaças de novas invasões: "São
Paulo não se verga a grito nem à
violência de nenhum Stedile".
Levantamento
Segundo o levantamento divulgado por Rosseto, com data de
ontem, estão em processo de obtenção de terras para assentamento 89.504 famílias, em 1.240 imóveis, num total de 2,766 milhões
de hectares.
Desses, estão em processo final
de assentamento (quando as
áreas já foram obtidas), 16.821 famílias, em 55 imóveis, num total
de 587.554 hectares. A meta é chegar a 47 mil famílias até julho.
Segundo o ministro, a reforma
agrária vai obter ainda nesta semana uma suplementação de R$
430 milhões do R$ 1,7 bilhão que
espera receber ao longo do ano.
Segundo Rossetto, outros Estados, como o Piauí, estão sendo
muito mais eficazes ao tratar da
questão de terras devolutas. Só
neste Estado, 617 mil hectares já
teriam sido liberados.
Ele também citou Minas Gerais
-governado por Aécio Neves,
tucano como Alckmin- como
exemplo positivo.
Por último, disse que vai amanhã para Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul e, na semana que
vem, para Pernambuco, onde a situação de invasões é mais grave.
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