São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2005

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MST elogia revisão de critério e faz acordo com o PT para poupar Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dirigentes nacionais do MST se disseram otimistas com a possibilidade de revisão dos critérios para considerar uma propriedade produtiva, o que tornaria mais fácil a desapropriação de terras.
João Pedro Stedile e outros líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra reuniram-se ontem com membros da cúpula petista na Câmara dos Deputados e selaram um acordo em que o MST poupará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de críticas enquanto o partido pressionará a equipe econômica para liberar verbas para a reforma agrária.
O desbloqueio de R$ 400 milhões do Ministério do Desenvolvimento Agrário também foi elogiado pelo movimento.
A reunião foi proposta pelo líder do PT na Câmara, Paulo Rocha (PA), e teve a presença do presidente nacional do partido, José Genoino: "Nós dissemos ao MST que o PT está solidário com a luta pelo cumprimento das metas para reforma agrária neste ano, assim como para reconstituir o orçamento que foi congelado pelo governo", afirmou Genoino. Falta ainda ser desbloqueado pelo governo federal cerca de R$ 1,3 bilhão de verbas congeladas para a reforma agrária.
Os dirigentes do movimento saíram da reunião dizendo que o presidente Lula era um "aliado". Segundo eles, a culpa pela lentidão na reforma agrária está em dois "pólos de conservadorismo" no governo: a equipe econômica e os defensores do agronegócio no Ministério da Agricultura.
"O governo é de composição, em que as forças conservadoras do capital se abonaram do Ministério da Fazenda e estão aplicando uma política econômica que é a continuidade do [ex-presidente] Fernando Henrique. O presidente Lula nós consideramos um aliado", afirmou Stedile.
(FÁBIO ZANINI)


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