|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLAÇÃO DE SIGILO
Palocci pode ser indiciado também por prevaricação e denunciação caluniosa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal poderá indiciar o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci por mais duas acusações no inquérito que investiga
a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, segundo uma fonte da polícia.
O delegado Rodrigo Carneiro
Gomes estuda agora acusar o ex-ministro de denunciação caluniosa e prevaricação. Isso porque o
Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras) acionou a
Polícia Federal para apurar suposta "movimentação incompatível com patrimônio, renda ou
ocupação" do caseiro e pediu que
a PF abrisse inquérito. Ele deve
entregar à Justiça Federal o primeiro relatório parcial até a próxima quarta-feira.
O delegado pedirá prazo de 30
dias para concluir o caso. Na próxima semana, deve tomar o depoimento do ex-assessor de Palocci, o jornalista Marcelo Netto.
Palocci já foi indiciado por outras duas acusações: quebra de sigilo bancário e violação de sigilo
funcional. O ex-ministro nega ter
ordenado a quebra.
Prevaricação, de acordo com o
Código Penal, é quando o funcionário público retarda ou deixa de
praticar seus deveres para "satisfazer algum interesse ou sentimento pessoal". Nesse caso, a pena prevista é detenção de três meses a um ano e multa.
Esse possível indiciamento estaria ligado ao fato de Palocci não
ter acionado autoridades federais,
como a PF, quando soube da quebra do sigilo bancário do caseiro a
Caixa Econômica Federal.
O advogado José Roberto Batochio, que defende o ex-ministro
Palocci, afirmou ontem, por telefone, "não haver possibilidade sequer técnica para esse enquadramento [dos novos indiciamentos
pela Polícia Federal]".
Thomaz Bastos
A oposição quer adiar mais uma
vez o depoimento do ministro da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos,
marcado para terça-feira, na Câmara. Parlamentares do PSDB e
do PFL afirmam que querem ouvir antes o ex-presidente da Caixa
Econômica Federal Jorge Mattoso, na CPI dos Bingos. O relator,
senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), descartou, porém, marcar o
depoimento de Mattoso para a
próxima semana.
Os congressistas também preferem que o depoimento do ministro seja feito em uma sessão conjunta da Câmara e do Senado.
Dessa forma, Thomaz Bastos seria ouvido na quinta-feira, provavelmente o do Senado.
O ministro se ofereceu para ir ao
Congresso, antes que fosse convocado, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de que
teria ajudado Antonio Palocci a se
defender no caso da quebra ilegal
do sigilo bancário do caseiro
Francenildo dos Santos Costa, em
março.
(SÍLVIO NAVARRO e RUBENS VALENTE)
Texto Anterior: Para uma parte do PMDB, Itamar é candidato de Lula Próximo Texto: PT critica forma como imprensa tratou denúncia Índice
|