São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Deixa rolar

Para evitar atrito maior com a Câmara e eventuais prejuízos à candidatura de Dilma Rousseff, o governo planeja deixar caducar, em 1º de junho próximo, a medida provisória dos aposentados, substituindo-a por uma nova MP que poderá ser votada até 14 de outubro, ou seja, depois da eleição.
Esse plano B começou a ser costurado ontem, em reunião de Alexandre Padilha (Relações Institucionais) com líderes da Câmara, depois de o ministro ouvir que não há mesmo hipótese de a Casa aprovar o reajuste de 7% oferecido pelo Planalto. Os deputados alegam que arcariam com todo o ônus, pois o Senado certamente aumentaria depois esse valor.



Protocolo. Foi a pedido do presidente do PT, José Eduardo Dutra, que Cid Gomes conversou com Dilma Rousseff. O governador do Ceará disse que "jamais" deixará de recebê-la, mas que apoiará o irmão na eleição presidencial. A convidada optou por não perguntar como será se Ciro não concorrer.

Testemunho. Cid defendeu que a permanência do irmão na disputa é melhor para o campo lulista. Frase do governador, horas após o encontro com Dilma: "Ciro não está atrás de mandato. É um patriota que quer servir o país".

Rebolation. Dilma deixou os seguranças de cabelos em pé em Fortaleza ao avisar, na porta da Câmara Municipal, que faria "como Lula", ou seja, partiu para o corpo a corpo.

Em casa. Embora o fenômeno da divisão do palanque governista vá se repetir, a próxima viagem de Dilma tende a ser menos polêmica do que as passagens por Minas e Ceará. Ela irá ao Rio Grande do Sul, onde iniciou sua vida pública.

Categórico. Petistas repetem que Dilma não se referiu ao exílio de José Serra quando declarou que "não fugiu da luta" contra a ditadura, mas aliados da candidata se manifestaram exatamente dessa forma sobre o tema. Sociólogo ligado ao PT, Emir Sader escreveu: "Serra saiu do Brasil no primeiro grupo de pessoas que abandonou o país". Na sequência, a comparação: "Dilma lutou na clandestinidade contra a ditadura, nessa luta foi presa, torturada, condenada, detida quatro anos".

Viveiro. Pesquisa feita pelo instituto Opinião para o PSDB dá a José Anibal 12,4% das intenções de voto para o Senado em SP, contra 6,8% de Aloysio Nunes. Serra já avisou, porém, que a prioridade é do ex-chefe da Casa Civil.

Antena 1. O novo ministro das Comunicações, José Artur Filardi, vai mexer na cobiçada secretaria de comunicação eletrônica, que trata das concessões de rádio e TV. Sai Zilda Beatriz. Entra José Vicente Santos, que foi chefe de gabinete de Hélio Costa no Senado e assessor parlamentar quando este era ministro. Santos era o responsável por encaminhar à pasta as demandas dos congressistas.

Antena 2. O irmão de Santos integra o Conselho de Administração da Telebrás. A filha trabalhou no gabinete de Wellington Salgado (PMDB-MG), suplente de Costa.

Megahair. Em campanha para voltar ao Senado, Salgado anunciou que só contratará cabos eleitorais cabeludos como ele. Quem não tiver madeixas naturais e quiser emprego que use peruca.

Cenário. Pesquisa do instituto Mapa em Santa Catarina aponta o ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) na liderança pela corrida ao Senado, com 28,9% das intenções de voto. Esperidião Amin (PP) é o segundo, com 19%.

Sarneylândia. Presidente do PSDB local, o deputado federal Roberto Rocha anunciou que enfrentará Roseana Sarney (PMDB) para dar palanque a José Serra no Maranhão. Isso isolaria o ex-governador Jackson Lago (PDT), ao qual restaria a opção de disputar o Senado na chapa tucana.

com SILVIO NAVARRO e ANDREZA MATAIS

Tiroteio

"Depois de criar confusão em Minas e no Ceará, a próxima parada da campanha de Dilma deverá ser na Venezuela."

Do deputado JOÃO ALMEIDA (BA), líder da bancada do PSDB, ironizando as dificuldades encontradas pela candidata do PT na terra de Aécio Neves e no Estado governado pelo irmão de Ciro Gomes.

Contraponto

Puxão de orelha

Em Brasília na quinta-feira passada para o evento no qual o PC do B oficializou apoio a Dilma Rousseff, o vereador paulistano Jamil Murad resolveu aproveitar a viagem para fazer uma série de contatos políticos.
Assim, esticou sua permanência na capital até sábado, quando as atenções acabaram tomadas pelo lançamento da candidatura do tucano José Serra à Presidência da República, destaque do noticiário de televisão.
Nesse dia, Murad resolveu telefonar para sua mãe. Mal começou a falar, a nonagenária senhora o repreendeu:
-Mas meu filho, você agora está do lado do Serra? Eu já não entendo mais nada...


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