São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2010

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"Colaborador invisível" ajuda a pensar plano de governo de Marina

Acadêmicos e empresários têm requisitado anonimato para propor ideias ao programa

Entre os colaboradores do PV estão intelectuais ligados ao PT e ao PSDB; debates incluem, entre outros temas, saúde, educação e energia


EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para não afastar colaboradores que rejeitam qualquer tipo de vinculação partidária e eleitoral, o comando da pré-candidatura presidencial de Marina Silva (PV-AC) criou uma espécie de "comitê neutro" para a formulação do programa de governo da senadora.
Desde que a ex-ministra petista anunciou sua intenção de disputar a Presidência, acadêmicos e empresários têm imposto a seguinte condição: querem oferecer ideias, desde que, ao menos por ora, não tenham seus nomes propagandeados como colaboradores do partido e da pré-campanha.
Entre os chamados "colaboradores invisíveis", segundo auxiliares de Marina, há intelectuais historicamente ligados a PT e PSDB que não estariam encontrando espaço para apresentar suas ideias nessas siglas.
Para manter as portas abertas a todos os interessados, auxiliares de Marina não têm recusado nenhuma proposta, mesmo aquelas que não estarão no texto final do programa de governo, como o uso de energia nuclear como opção de matriz energética do país.
Por enquanto, o comitê, com sede em São Paulo, tem realizado mesas de discussões e debates para receber propostas, em geral, para setores como educação, saúde, energia, cidades e segurança pública. Esse primeiro documento trará os principais eixos da campanha. Em seguida, tomará corpo para o texto final do programa.
A coordenação da pré-campanha ainda não sabe exatamente como fará a fusão dessas propostas com o novo caderno oficial de diretrizes do PV, a ser finalizado até julho.
"É uma coisa contraditória de se pensar. Ou seja, pessoas colaborando com o partido e outros colaborando fora do esquema do partido. É uma ginástica superinteressante", afirma o coordenador do "comitê neutro", João Paulo Capobianco, que foi secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente na gestão Marina.
Um elo certo entre os dois documentos será a sustentabilidade. "É um dos eixos da revisão programática do partido e será o eixo da proposta de reforma tributária do programa de governo, com estímulos para o desenvolvimento sustentável", afirma o vereador carioca Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha.


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