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"Colaborador invisível" ajuda a pensar plano de governo de Marina
Acadêmicos e empresários têm requisitado anonimato para propor ideias ao programa
Entre os colaboradores do PV estão intelectuais ligados ao PT e ao PSDB; debates incluem, entre outros temas, saúde, educação e energia
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para não afastar colaboradores que rejeitam qualquer tipo
de vinculação partidária e eleitoral, o comando da pré-candidatura presidencial de Marina
Silva (PV-AC) criou uma espécie de "comitê neutro" para a
formulação do programa de governo da senadora.
Desde que a ex-ministra petista anunciou sua intenção de
disputar a Presidência, acadêmicos e empresários têm imposto a seguinte condição: querem oferecer ideias, desde que,
ao menos por ora, não tenham
seus nomes propagandeados
como colaboradores do partido
e da pré-campanha.
Entre os chamados "colaboradores invisíveis", segundo
auxiliares de Marina, há intelectuais historicamente ligados
a PT e PSDB que não estariam
encontrando espaço para apresentar suas ideias nessas siglas.
Para manter as portas abertas a todos os interessados, auxiliares de Marina não têm recusado nenhuma proposta,
mesmo aquelas que não estarão no texto final do programa
de governo, como o uso de
energia nuclear como opção de
matriz energética do país.
Por enquanto, o comitê, com
sede em São Paulo, tem realizado mesas de discussões e debates para receber propostas, em
geral, para setores como educação, saúde, energia, cidades e
segurança pública. Esse primeiro documento trará os
principais eixos da campanha.
Em seguida, tomará corpo para
o texto final do programa.
A coordenação da pré-campanha ainda não sabe exatamente como fará a fusão dessas
propostas com o novo caderno
oficial de diretrizes do PV, a ser
finalizado até julho.
"É uma coisa contraditória
de se pensar. Ou seja, pessoas
colaborando com o partido e
outros colaborando fora do esquema do partido. É uma ginástica superinteressante", afirma
o coordenador do "comitê neutro", João Paulo Capobianco,
que foi secretário-executivo do
Ministério do Meio Ambiente
na gestão Marina.
Um elo certo entre os dois
documentos será a sustentabilidade. "É um dos eixos da revisão programática do partido e
será o eixo da proposta de reforma tributária do programa
de governo, com estímulos para
o desenvolvimento sustentável", afirma o vereador carioca
Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha.
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