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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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PAINEL

Pelas beiradas
Conquistado o apoio da maior parte do PMDB, o Planalto dedica-se agora a enfraquecer o PFL e o PSDB, que sobraram na oposição a Lula. Senadores e deputados dos dois partido têm sido estimulados pelo governo federal a mudar de lado.

Salada russa
Romero Jucá, ex-líder do PSDB no Senado, assinará hoje sua filiação ao PMDB. Os três senadores de TO -Siqueira Campos (PSDB), João Ribeiro e Leomar Quintanilha (ambos do PFL)- também já estão de malas prontas para a base aliada.

Não seja por isso
No almoço com o PMDB, Lula disse que José Dirceu, Aloizio Mercadante, Aldo Rebelo e José Genoino estão à disposição do partido. Antes do término do discurso presidencial, os deputados Hermes Parcianello (PR) e Oswaldo Coelho (TO) já estavam entregando listas de pedidos ao chefe da Casa Civil.

Certeza da vitória
No almoço com o PMDB, Lula disse que FHC não aprovou as reformas no Congresso porque "articulou mal". E que o atual governo estaria mantendo agora conversas "mais abrangentes".

Sem bênção
Lula ouviu de um peemedebista que a indicação de Itamar Franco à Embaixada de Roma agradou a quase todos: "Você ficou feliz, o Aécio ficou feliz. Só o papa é que não gostou muito".

Outros tempos
Jader Barbalho e Eliseu Padilha, manda-chuvas do PMDB no governo FHC, ficaram isolados e calados, em uma mesa no fundo, durante o almoço de ontem de Lula com peemedebistas.

Sair do sufoco
Aécio Neves (PSDB) entregará amanhã à Assembléia de MG projeto de reformas estruturais, envolvendo o funcionalismo e a Previdência estadual. O governador quer reduzir o déficit de R$ 200 milhões/mês do Estado.

Polêmica à vista
O Planalto tem estimulado Josias Gomes (PT), relator da medida provisória dos transgênicos na Câmara, a propor a ampliação do prazo para a venda da soja modificada do RS, de 31 de janeiro para 31 de março. A intenção do deputado é apresentar hoje o seu relatório.

Filme antigo
Para não melindrar aliados, líderes do PT no Senado têm feito vista grossa à tramitação de projetos que dificultam a demarcação de áreas indígenas. ONGs dizem que o governo não tem dimensão da repercussão negativa dentro e fora do país que essa prática poderá causar.

Mapa do risco
O vazamento de rejeitos tóxicos nos rios Pomba e Paraíba do Sul acendeu a luz amarela no Ministério do Meio Ambiente. Marina Silva determinou a antecipação do resultado do trabalho de mapeamento dos possíveis problemas ambientais que poderão surgir no Brasil inteiro.

Interesse próprio
A Trensurb, empresa federal de trens no RS, leiloará três locomotivas com o objetivo de arrecadar R$ 6 milhões. Parte do dinheiro será usado para pagar uma indenização que cinco sindicalistas ganharam na Justiça. Detalhe: os sindicalistas são hoje dirigentes da própria Trensurb.

Mera coincidência
O advogado Marcelo Ramos mandou e-mail a senadores criticando artigo da Refis que aumenta a contribuição dos prestadores de serviços. Detalhe: ele é sócio do filho de Jorge Bornhausen, presidente do PFL, que atacou o projeto dias atrás.

Visita à Folha
Wilma Maria de Faria, governadora do Rio Grande do Norte, visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Rubens Lemos Filho, assessor de comunicação social, Albanire Marinho, secretária particular, e Alexandre Macedo, publicitário.

TIROTEIO

Do ex-deputado José Roberto Batochio, presidente do PDT de São Paulo, reclamando das articulações para filiar Paulo Pereira da Silva (Força Sindical) ao partido e lançá-lo à sucessão de Marta Suplicy:
- Já bastam os estrupícios internos. Não aceito que o partido seja alugado mais.

CONTRAPONTO

Pegadinha do Senado

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado se reunia dias atrás quando Eduardo Suplicy entrou na sala, esbaforido, ciente de seu atraso. E quis saber o que os colegas discutiam:
- Qual a orientação?
Os senadores, que já estavam votando a matéria de maneira unânime, disseram a Suplicy:
- Vote sim, senador.
Ramez Tebet, que presidia a sessão na votação nominal, chamou por Suplicy.
Nervoso, o senador ficou em angustiante dúvida. Mas, depois dos insistentes pedidos para votar sim, acabou concordando.
Vendo a situação, Romero Jucá (PSDB) tirou uma casquinha:
- Senador, o senhor acaba de concordar com um voto de censura ao Lula pelo pequeno aumento do salário mínimo.
Suplicy ficou espantado:
- Não é possível...
Só sorriu ao saber que era apenas uma brincadeira de Jucá.


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