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Foco
Capitão desertou e roubou metralhadoras de quartel para fazer a luta armada
Reprodução
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Lamarca, ainda no Exército, dá lições de tiro a funcionários do Bradesco, em Quitaúna |
DA REDAÇÃO
O capitão do Exército Carlos Lamarca, nascido em 23
de outubro de 1937, no Rio, e
morto em 17 de setembro de
1971, em Ipupiara (BA), desertou do Exército em 25 de
janeiro de 1969 levando armas e munições do quartel de
Quitaúna, em Osasco.
Na ação, Lamarca, que tinha ingressado na VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) -grupo de esquerda
adepto da luta armada e de
atos terroristas contra a ditadura- deixou Quitaúna com
63 fuzis, dez metralhadoras e
munição.
Em 9 de maio de 1969, o
grupo do terrorista fez assalto
simultâneo às agências do
Banco Mercantil de São Paulo
e do Banco Itaú, em São Paulo. Na ocasião, o guarda civil
Orlando Pinto Saraiva foi
morto com um tiro na nuca
por Lamarca. Em 18 de julho,
nova ação: Lamarca e companheiros de VPR roubam o cofre do ex-governador de São
Paulo Ademar de Barros.
Lamarca viveu dez meses
em São Paulo até seguir para
o Vale da Ribeira. Lá permaneceu até maio de 1970,
quando foi cercado por tropas. Lamarca conseguiu romper o cerco. Na fuga, ele matou o tenente Paulo Mendes
Júnior, que tinha sido feito
prisioneiro, a coronhadas.
Em dezembro, o terrorista
voltou a agir. Ele comandou,
no Rio, o seqüestro do embaixador suíço Giovanni Enrico
Bucher. Na ação, o agente da
PF Hélio de Carvalho Araújo,
que fazia a proteção ao embaixador, foi morto.
Em maio de 1971, Lamarca
e Iara Iavelberg, sua companheira desde 1969, ingressam
no MR-8 e partem para Bahia, Lamarca vai para Buriti
Cristalino e Iara para Salvador. Iara acaba cercada pela
forças de segurança em agosto de 1972. Para não ser presa,
ela se suicida.
Uma grande operação é
montada pelo Exército e Polícia Militar. Lamarca foge durante 19 dias, percorrendo
quase 300 quilômetros. No
dia 17 de setembro, foi surpreendido por uma patrulha.
Lamarca estava desnutrido,
asmático e provavelmente
com a doença de Chagas. Nesse local, ele e seu companheiro, José Campos Barreto, foram mortos a tiro.
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