|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Só 18 senadores da base se dizem pró-CSS
Enquete feita pela Folha ouviu 52 dos 54 congressistas aliados; 13 pretendem votar contra a nova CPMF e 15 dizem estar indecisos
Há resistências ao projeto até mesmo no PT -Flávio Arns se declara contra; Serys Slhessarenko, Marina Silva e Delcídio Amaral, indecisos
ADRIANO CEOLIN
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo vai precisar trabalhar duro para convencer sua
base no Senado a aprovar a CSS
(Contribuição Social para a
Saúde). Enquete realizada pela
Folha com 52 dos 54 senadores
aliados ao Planalto mostra que
13 governistas pretendem votar contra a CSS. Apenas 18 se
mostraram favoráveis ao projeto e outros 15 dizem estar indecisos. O projeto precisa de 41
dos 81 votos para ser aprovado.
No levantamento, feito ontem e anteontem, seis congressistas se negaram a responder a
enquete, enquanto José Sarney
(PMDB-AP) e Virgínio de Carvalho (PSC-SE) não foram localizados pela reportagem.
A CSS foi aprovada quarta na
Câmara com só dois votos acima do necessário. Na votação,
53 integrantes da base aliada ficaram contra o governo. Isso
causou estranheza entre os governistas do Senado, que já
consideravam difícil a aprovação do projeto na Casa, que, em
dezembro de 2007, derrubou a
prorrogação da CPMF.
Na época, o presidente Lula
se empenhou pela manutenção
do tributo, mas sua ação foi
frustrada: por cinco votos, o governo foi derrotado. Agora, para evitar desgaste, Lula tem deixado a articulação da CSS nas
mãos dos líderes no Congresso.
Dessa vez, a situação do governo parece pior. Até no PT há
resistências. O senador Flávio
Arns (PR) já declarou publicamente ser contra o tributo.
Serys Slhessarenko (MT), Marina Silva (AC) e Delcídio Amaral (MS) se dizem indecisos.
"Há muitas defecções. Pedi à
líder Ideli Salvatti que marcasse uma reunião para discutir
como deverá ser o posicionamento formal do partido", disse Amaral. Ideli confirmou que
fará uma reunião na terça.
No PDT, o líder da bancada,
Osmar Dias (PR), afirmou que
pretende fechar questão contra
a CSS. O partido tem cinco senadores. Patrícia Saboya (CE) e
Jefferson Praia (AM) já declararam voto contra. João Durval
(BA) diz estar indeciso.
Senador que costuma relatar
matérias importantes para o
governo, Francisco Dornelles
(PP-RJ) também tem dito que
vai votar contra. O líder do PSB,
Renato Casagrande (ES), diz
estar indeciso, mas já manifestou que deseja votar contra.
O PMDB está dividido. Dos
19 senadores ouvidos pela Folha, seis se disseram a favor,
quatro pretendem votar contra
e cinco dizem estar indecisos. A
enquete não incluiu Garibaldi
Alves (RN). Presidente da Casa,
ele só vota em caso de empate.
Apesar da possibilidade de
adiar a votação da CSS no Senado para dezembro, após as eleições, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), diz que
prefere "votar o projeto logo".
"Como se trata de um tributo,
teríamos de esperar três meses
para começar a arrecadar." O
governo quer que a CSS seja cobrada já no início de 2009.
Texto Anterior: Interceptações revelam suposta divisão de propina na residência oficial do governo Próximo Texto: Procuradoria cobrará explicação de ex-diretor da Alstom sobre contrato Índice
|