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OUTRO LADO
"Dinheiro era para locadora"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), para
quem o petista José Adalberto
Vieira da Silva trabalhava quando
foi detido com R$ 200 mil numa
bolsa e US$ 100 mil na cueca, em
São Paulo, afirmou ontem que o
dinheiro seria usado na abertura
de uma locadora de veículos.
"Isso comprova que eu não tenho nada a ver com esse caso,
nem o PT e muito menos o ex-presidente nacional do partido
[José Genoino]", disse ele, em entrevista ao "Jornal Nacional", da
TV Globo.
A empresa de locação de carros
de Adalberto seria aberta em sociedade com outro assessor de
Guimarães, José Vicente Ferreira,
que confirmou ter fornecido o
cheque que pagou a passagem do
ex-assessor de Fortaleza a São
Paulo, um dia antes da prisão, que
aconteceu na sexta-feira.
Segundo Ferreira, também em
entrevista ao "Jornal Nacional",
Adalberto havia dito a ele que o
dinheiro era de um amigo, Kennedy Moura, militante do PT que
pediu demissão do cargo de assessor especial do BNB (Banco do
Nordeste do Brasil).
Moura trabalha com o PT há
mais de dez anos, sempre mexendo com as finanças do partido, e
foi indicado ao cargo de chefe de
gabinete do BNB por Guimarães,
de quem já havia sido assessor.
Guimarães afirmara anteriormente que a primeira pessoa que
havia telefonado para informá-lo
da prisão de Adalberto havia sido
Moura. "Eles são militantes do
mesmo partido, integram a mesma tendência ideológica [do PT],
o Campo Majoritário, e são amigos", disse Guimarães em uma
entrevista coletiva anteontem.
Um documento da Junta Comercial do Ceará, registrado no
dia 2 de junho, mostra a abertura
da empresa Estrada Locação e
Serviços em nome da mulher de
Adalberto, Raimunda Lúcia Lima, que é tesoureira do PT em
Aracati (a 140 km de Fortaleza), e
de Ferreira.
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