São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Dilma afirma não ver indícios de que o PT tenha sido privilegiado com doações

DA SUCURSAL DO RIO

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem no Rio, ao responder a perguntas de jornalistas sobre as investigações da Polícia Federal na Operação Águas Profundas, que não há indícios de que o PT tenha sido privilegiado com doações para campanhas eleitorais de empresas com contratos suspeitos com a Petrobras.
"Essas empresas não financiaram só o PT mas também vários outros partidos. Não vejo isso [o benefício a petistas]. Essa pergunta não cabe porque a Polícia Federal é do governo. Nós não protegemos até agora ninguém em nenhuma investigação, e nem vamos proteger."
Reportagem da Folha publicada na quinta-feira mostrou que, no caso da Iesa -uma das investigadas- as doações totalizaram R$ 1,56 milhão e apenas o PT, entre os maiores partidos, recebeu ajuda financeira.
Dilma afirmou que a imagem da Petrobras sairá fortalecida do episódio e disse que é preciso ter cuidado na análise do aumento dos custos de obras, já que, diz, isso ocorre em todo o mundo no setor de petróleo.
"Temos que ter muito cuidado nessas avaliações. Quando o Tribunal de Contas da União identifica um valor maior do que o inicialmente previsto, ele está cumprindo seu papel importante de fortalecimento institucional das áreas de fiscalização e auditoria. Mas, se você abrir qualquer revista especializada do setor, vai ver que, no que se refere a custos, há uma pressão absolutamente fantástica na área petrolífera em todo o mundo. Temos que ver se o custo maior do que o previsto antes se deve a essa pressão altista de toda a indústria ou não", disse a ministra.
Para ela, assim como não pode haver pessoas acima de qualquer suspeita, não deve haver empresas acima de qualquer suspeita. Em sua avaliação, no entanto, a Petrobras está colaborando com as investigações e é uma das empresas mais transparentes do país.
Sobre o impacto na imagem da empresa, ela argumentou que o combate à impunidade ajuda a criar um ambiente mais transparente que beneficia a Petrobras. "O Brasil vive hoje uma época diferente, em que as coisas que estavam debaixo do tapete são colocadas ao público. Isso é bom porque aperfeiçoa as instituições e diminui a sensação de impunidade."


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