|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Na tribuna, Simon defende renúncia de Jader
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O senador Pedro Simon
(PMDB-RS) defendeu ontem na
tribuna da Casa a renúncia do
presidente licenciado do Congresso, Jader Barbalho (PMDB-PA), do cargo e ganhou apoio
dentro e fora do partido.
Para Simon, Jader deveria permanecer apenas senador, dedicando-se à sua defesa no Conselho de Ética. Os três senadores encarregados de investigá-lo começam hoje a examinar as acusações
de seu suposto envolvimento em
desvio de recursos do Banpará e
em irregularidades na compra de
uma fazenda.
Na opinião de Simon, ""Jader
tem a obrigação, para com o seu
partido e para com o Senado Federal, de renunciar à presidência
da Casa", o que não significaria
reconhecer sua culpa.
Romeu Tuma (PFL-SP), Jefferson Péres (PDT-AM) e João Alberto Souza (PMDB-MA) vão
comparar a nota técnica do Ministério Público que aponta indícios de que Jader se beneficiou do
desvio do Banpará com extratos
bancários que o próprio senador
enviou ao Senado.
A comissão também espera ter
acesso a declarações de renda de
Jader, guardadas sob sigilo no Senado, para verificar se ele declarou ou não a compra da Fazenda
Chão Preto. Se a advocacia do Senado der parecer contrário a esse
acesso, Péres pretende pedir que o
próprio Jader autorize a quebra
do seu sigilo fiscal.
""Jader deveria dar uma prova
de grandeza e entender que já estamos no mês de agosto e o Senado não anda, porque as manchetes dos jornais trazem exatamente
o seu caso", disse Simon.
Para José Fogaça (PMDB-RS),
embora o ato da renúncia seja
uma decisão pessoal, está se tornando ""cada vez mais óbvio" que
Jader não tem condições de reassumir a presidência do Senado.
""O exercício da presidência
realmente é constrangedor", disse. Mas ele prefere cobrar que a
bancada do PMDB, como partido
responsável pela presidência, tome uma providência ""para manter a funcionalidade do Senado".
""O Simon está arrependido de
ter votado em Jader. Eu não votei
nele pelas mesmas razões pelas
quais deve sair", afirmou Osmar
Dias (sem partido-PR). Paulo
Hartung (PPS-ES) defendeu amplo direito de defesa a Jader, ""mas
não na presidência do Senado,
porque essa Casa precisa andar".
O líder do bloco de oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE), está
convencido de que não há ""condições políticas" para que Jader
reassuma o cargo, embora ainda
não haja elementos para defender
sua cassação. A senadora Heloísa
Helena (PT-AL) disse que a comissão estuda alternativas penais
para que Jader não escape da Justiça. ""Acho que a realidade é implacável e o tempo conspira contra ele", disse, referindo-se à
chance de as eventuais ações judiciais contra Jader prescreverem
enquanto ele tiver imunidade.
Texto Anterior: Outro lado: Senador diz ver decisão do STF com naturalidade Próximo Texto: Frase Índice
|