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RUMO A 2006
Tarso lança dúvidas sobre candidatura de Lula e considera a reeleição difícil
CATIA SEABRA
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do PT, Tarso Genro, já começa a lançar dúvidas sobre a oportunidade da reeleição
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva em 2006. O debate tem contaminado o partido, num momento em que o governo e a legenda são alvo de investigações.
Tarso "abriu seu coração" numa reunião com a bancada de vereadores do PT de São Paulo, segundo um dos participantes. No
encontro, em que defendeu a refundação do partido e a convocação do Conselho da República,
Tarso teria alegado que a candidatura à reeleição pode atiçar o
apetite da oposição, especialmente se fomentada por desafios do
gênero "vão ter que me engolir".
Segundo dois participantes da
audiência, ocorrida na segunda-feira, Tarso teria sugerido que Lula discutisse com o Conselho da
República a idéia de reeleição.
Já naquela segunda-feira, Tarso
defendia um pronunciamento do
presidente em cadeia nacional e o
envio de uma minirreforma política ao Congresso.
Difícil reeleição
Ainda segundo vereadores presentes à reunião, Tarso admitiu
que, antes dada como certa, a reeleição de Lula seria difícil neste
momento. E que sua recuperação
dependeria do comportamento
adotado a partir de agora. O ideal,
afirmou, é que seja de estadista.
A reunião contou com os 12 vereadores petistas. Nela, eles declararam apoio à candidatura de
Tarso à presidência do PT.
Com o acirramento da crise, ganhou espaço no partido a discussão sobre a reeleição de Lula. Segundo petistas, o próprio presidente estaria mais interessado em
concluir com êxito seu mandato.
A constatação de que a reeleição
fica em segundo plano está no discurso de integrantes da Executiva
Nacional do PT, como o secretário de mobilização, Francisco
Campos. "Não vou dizer aqui que
o Lula vai disputar reeleição ou
quem vai. Vamos terminar o
mandato. Que o presidente passe
a faixa para si próprio ou para
quem vier a sucedê-lo."
Líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (SP) concorda: "A prioridade absoluta do governo é governar. 2006 não está
na pauta no momento. Nem do
presidente, nem do partido".
Para Valter Pomar, terceiro vice-presidente do PT, o partido deve se dedicar à sua recuperação.
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