São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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Heráclito acusa ex-diretor de RH por mais 468 atos secretos

Ralph Siqueira diz que é inocente e que boletins tinham sido impressos em papel

Primeiro secretário da Casa pode abrir um inquérito contra o ex-diretor ainda hoje; maioria dos atos trata de pagamentos retroativos

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), responsabilizou o ex-diretor de Recursos Humanos Ralph Siqueira pelos novos 468 atos secretos descobertos em 50 boletins pessoal não publicados na intranet da Casa.
A Folha apurou que o chefe do serviço de publicação, Franklin Landim, é uma das testemunhas. Em julho, ele apontou os ex-diretores Agaciel Maia e João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) como mandantes do esquema de atos secretos.
As provas contra Ralph foram coletadas por Dóris Peixoto, que o sucedeu na Diretoria de Recursos Humanos. Os dois integraram a comissão de sindicância que investigou os atos secretos e concluiu haver 663 atos sem publicação legal.
Por volta das 20h30 de ontem, Dóris levou os dados a Heráclito, que pode abrir um inquérito contra Siqueira hoje. O senador já havia acusado os ex-diretores pelos novos atos: "Acho que são diretores de gestões passadas que estão trabalhando no sentido de desestabilizar o que vem sendo feito até agora", disse. "Não é aceitável que se esteja brincando com assunto dessa natureza."
A maioria dos atos trata de pagamentos retroativos para servidores promovidos de forma secreta. Há também dois atos sobre a estrutura do Prodasen -precisamente o órgão responsável pelo sistema de intranet onde os atos são publicados em versão eletrônica.
Demitido dos Recursos Humanos após a conclusão do relatório da comissão de sindicância, Siqueira disse ser inocente. Ele afirmou à Folha que os 50 novos boletins com 468 atos foram inseridos no sistema de intranet da Casa no mesmo período que os outros 663, mas não foram considerados secretos porque foram impressos em papel, logo, tiveram publicidade: "E isso foi registrado no relatório da comissão".
No dia 30 de julho deste ano, a Folha encontrou na intranet do Senado 36 boletins editados em 1998 e 1999, mas publicados só em maio e junho deste ano. A reportagem fez uma planilha e pediu para assessoria de imprensa da Direção Geral checar se foram impressos. Um dia depois, a assessoria informou que só um fora impresso.


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