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Heráclito acusa ex-diretor de RH por mais 468 atos secretos
Ralph Siqueira diz que é inocente e que boletins tinham sido impressos em papel
Primeiro secretário da Casa pode abrir um inquérito contra o ex-diretor ainda hoje; maioria dos atos trata de pagamentos retroativos
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), responsabilizou o ex-diretor de Recursos Humanos
Ralph Siqueira pelos novos 468
atos secretos descobertos em
50 boletins pessoal não publicados na intranet da Casa.
A Folha apurou que o chefe
do serviço de publicação, Franklin Landim, é uma das testemunhas. Em julho, ele apontou
os ex-diretores Agaciel Maia e
João Carlos Zoghbi (Recursos
Humanos) como mandantes
do esquema de atos secretos.
As provas contra Ralph foram coletadas por Dóris Peixoto, que o sucedeu na Diretoria
de Recursos Humanos. Os dois
integraram a comissão de sindicância que investigou os atos
secretos e concluiu haver 663
atos sem publicação legal.
Por volta das 20h30 de ontem, Dóris levou os dados a Heráclito, que pode abrir um inquérito contra Siqueira hoje. O
senador já havia acusado os ex-diretores pelos novos atos:
"Acho que são diretores de gestões passadas que estão trabalhando no sentido de desestabilizar o que vem sendo feito
até agora", disse. "Não é aceitável que se esteja brincando
com assunto dessa natureza."
A maioria dos atos trata de
pagamentos retroativos para
servidores promovidos de forma secreta. Há também dois
atos sobre a estrutura do Prodasen -precisamente o órgão
responsável pelo sistema de intranet onde os atos são publicados em versão eletrônica.
Demitido dos Recursos Humanos após a conclusão do relatório da comissão de sindicância, Siqueira disse ser inocente. Ele afirmou à Folha que
os 50 novos boletins com 468
atos foram inseridos no sistema de intranet da Casa no mesmo período que os outros 663,
mas não foram considerados
secretos porque foram impressos em papel, logo, tiveram publicidade: "E isso foi registrado
no relatório da comissão".
No dia 30 de julho deste ano,
a Folha encontrou na intranet
do Senado 36 boletins editados
em 1998 e 1999, mas publicados só em maio e junho deste
ano. A reportagem fez uma planilha e pediu para assessoria de
imprensa da Direção Geral
checar se foram impressos. Um
dia depois, a assessoria informou que só um fora impresso.
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