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Tele Centro Sul tem
controle estrangeiro
ELVIRA LOBATO
da Sucursal do Rio
O Citibank e uma família de norte-americanos identificados apenas pelo sobrenome chinês Wong
são os novos controladores da Tele Centro Sul, empresa de telefonia
fixa privatizada pelo governo que
abrange oito Estados, nos quais vivem 27 milhões de pessoas.
A Tele Centro Sul foi arrematada
por R$ 2,07 bilhões (ágio de 6%),
dia 29 de julho, pela Solpart Participações, que havia sido registrada
apenas oito dias antes do leilão na
Junta Comercial do Rio de Janeiro.
Até agora, sabia-se apenas que a
empresa representava fundos de
investimentos, fundos de pensão
ligados a estatais e o grupo italiano
Stet International, que participavam de um consórcio organizado
pelo banco Opportunity.
Na semana passada, quando a
Câmara de Liquidação e Custódia
da Bolsa do Rio fez a liquidação
financeira da primeira parcela de
40% do pagamento das teles, o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informou que a Solpart tinha
três acionistas: Timepart, Stet e
Techold Participações.
Segundo o informe do BNDES, o
consórcio tinha 81% de seu capital
brasileiro, e apenas 19% era de origem estrangeira. O último percentual referia-se à participação da
Stet, do grupo Telecom Italia.
A composição real do consórcio
não confere com a versão divulgada pelo BNDES. Segundo a diretoria do banco Opportunity, 62%
das ações com direito a voto da
Solpart pertencem à Timepart
Participações, da qual a "família
Wong" tem 51%. Os outros 49%
pertencem ao Citibank.
A Techold -que, assim como a
Stet, tem 19% das ações com direito a voto da Solpart- representa
cinco fundos de pensão e outros
investidores brasileiros.
O organograma dos novos controladores da Tele Centro Sul é um
emaranhado de empresas. Por trás
da Techold há uma outra empresa,
chamada Invitel.
Os fundos de pensão têm, somados, 24% do capital da Invitel. Os
76% restantes pertencem a investidores brasileiros não identificados pelo Opportunity.
O BNDES autorizou uma linha
de crédito de R$ 355 milhões para
a Solpart. O financiamento, segundo o banco, foi liberado em
nome da Techold, que, até agora,
só sacou R$ 6 milhões.
A direção do Opportunity sustenta que a Techold é controlada
por brasileiros. O Citibank não comentou sua participação.
Colaborou
Chico Santos, da Sucursal do Rio.
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