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Eleitor de SP deverá enfrentar filas
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os eleitores do Estado de São
Paulo estarão expostos, em 6 de
outubro, às grandes filas que tiveram que enfrentar nas eleições de
1998. O TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) desistiu na última hora
de adotar uma providência que
resolveria esse problema em 36%
das seções de votação, as que têm
maior número de inscritos.
Por sugestão de sua equipe de
informática, o TSE chegou a baixar uma resolução com normas
para instalar um terminal secundário em 17.877 das 49.615 seções
eleitorais do Estado (36%). Com
ele, duas pessoas poderiam votar
simultaneamente, uma delas na
urna eletrônica principal.
O secretário de Informática do
TSE, Paulo Camarão, disse à Folha que não houve tempo para fazer os testes que garantiriam a plena segurança de funcionamento do novo terminal e afastariam o risco de contestações judiciais dos
resultados apurados.
Essas seções têm entre 500 e 601
eleitores, número considerado
excessivamente elevado. O problema está restrito a São Paulo. A
Justiça Eleitoral não consegue
criar novos pontos de votação no
Estado em razão da grande densidade populacional e da falta de espaços disponíveis.
O risco de grandes filas se estende aos outros locais de votação de
São Paulo, que concentra 22,26%
do eleitorado do país. Os 25,655
milhões de eleitores estão distribuídos em 49.615 pontos -uma
média de 517 pessoas por seção.
Nas eleições de 1998, alguns eleitores chegaram à cabine eleitoral
com mais de três horas de atraso.
A votação, que deveria terminar
às 17h, se estendeu após as 20h.
O TSE está certo de que um fator que contribui para a demora é
o tempo médio gasto pelo eleitor
para votar em todos os cargos em
disputa. As eleições de 2000 foram
tranquilas, porque só envolvia
dois cargos: prefeito e vereador.
Desta vez, o atraso poderá ser
ainda maior se não surtirem efeito as medidas adotadas pelo TSE
para reduzir a demora.
Nesta eleição, o eleitor terá que
digitar os números dos candidatos a seis cargos (deputado federal, deputado estadual, dois senadores, governador e presidente da
República). Em 1998, eram cinco
cargos (apenas um senador).
O TSE tem um pacote de medidas para tentar amenizar os problemas. A principal é treinar os
mesários para que sejam mais rápidos na habilitação de cada votante. Eles gastam cerca de metade do tempo utilizado pelo eleitor
para "liberar" a urna. Os mesários
devem receber material didático.
Outras duas medidas do TSE
são dirigidas aos eleitores. O tribunal quer estimular a "cola" com
o número dos candidatos e pedirá
que eles compareçam em horários pouco concorridos.
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