São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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Eleitor de SP deverá enfrentar filas

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os eleitores do Estado de São Paulo estarão expostos, em 6 de outubro, às grandes filas que tiveram que enfrentar nas eleições de 1998. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desistiu na última hora de adotar uma providência que resolveria esse problema em 36% das seções de votação, as que têm maior número de inscritos.
Por sugestão de sua equipe de informática, o TSE chegou a baixar uma resolução com normas para instalar um terminal secundário em 17.877 das 49.615 seções eleitorais do Estado (36%). Com ele, duas pessoas poderiam votar simultaneamente, uma delas na urna eletrônica principal.
O secretário de Informática do TSE, Paulo Camarão, disse à Folha que não houve tempo para fazer os testes que garantiriam a plena segurança de funcionamento do novo terminal e afastariam o risco de contestações judiciais dos resultados apurados.
Essas seções têm entre 500 e 601 eleitores, número considerado excessivamente elevado. O problema está restrito a São Paulo. A Justiça Eleitoral não consegue criar novos pontos de votação no Estado em razão da grande densidade populacional e da falta de espaços disponíveis.
O risco de grandes filas se estende aos outros locais de votação de São Paulo, que concentra 22,26% do eleitorado do país. Os 25,655 milhões de eleitores estão distribuídos em 49.615 pontos -uma média de 517 pessoas por seção.
Nas eleições de 1998, alguns eleitores chegaram à cabine eleitoral com mais de três horas de atraso. A votação, que deveria terminar às 17h, se estendeu após as 20h.
O TSE está certo de que um fator que contribui para a demora é o tempo médio gasto pelo eleitor para votar em todos os cargos em disputa. As eleições de 2000 foram tranquilas, porque só envolvia dois cargos: prefeito e vereador.
Desta vez, o atraso poderá ser ainda maior se não surtirem efeito as medidas adotadas pelo TSE para reduzir a demora.
Nesta eleição, o eleitor terá que digitar os números dos candidatos a seis cargos (deputado federal, deputado estadual, dois senadores, governador e presidente da República). Em 1998, eram cinco cargos (apenas um senador).
O TSE tem um pacote de medidas para tentar amenizar os problemas. A principal é treinar os mesários para que sejam mais rápidos na habilitação de cada votante. Eles gastam cerca de metade do tempo utilizado pelo eleitor para "liberar" a urna. Os mesários devem receber material didático.
Outras duas medidas do TSE são dirigidas aos eleitores. O tribunal quer estimular a "cola" com o número dos candidatos e pedirá que eles compareçam em horários pouco concorridos.



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