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Americana defende "jornalismo cívico" para solucionar conflitos
DA REPORTAGEM LOCAL
Os jornalistas precisam se esforçar para contar mais do que
apenas os dois lados -os prós e
contras- envolvidos em uma
notícia. Mais do que relatar um
problema, os repórteres e os
meios de comunicação deveriam
instigar os envolvidos em um
"conflito" a resolvê-lo de forma
criativa.
A proposta é da jornalista norte-americana Jan Schaffer, diretora-executiva do Instituto de Jornalismo Interativo da Universidade de
Maryland, que participou ontem
do primeiro debate do 5º Congresso Brasileiro de Jornais.
Schaffer defendeu o que ela chama de "jornalismo cívico" que, ao
contrário de apenas relatar fatos,
deve envolver os leitores na solução dos problemas.
A jornalista relatou experiências
de vários jornais locais dos EUA.
Em um caso, um jornal regional,
que todos os anos publicava textos sobre o péssimo desempenho
das escolas da região, resolveu investigar com os pais, alunos e professores as causas das notas baixas
dos alunos.
Depois de envolver a comunidade na solução do problema, diz
Schaffer, o jornal teve mais a publicar do que apenas as notas
ruins que tradicionalmente destacava. O resultado: após a publicação da experiência, a população
local acabou criando uma ONG e
organizou-se para melhorar o sistema educacional local.
"As opções eram entre publicar
apenas o de sempre, ou seja, o
mau desempenho dos alunos, ou
escutar todas as partes envolvidas. Não escutar um especialista
em educação, mas as pessoas diretamente envolvidas. Os jornalistas precisam aprender a ouvir
as pessoas. Não ouvir procurando
apenas frases rápidas [para ilustrar os textos]", diz a jornalista,
ganhadora de um prêmio Pulitzer
-o mais importante do jornalismo norte-americano- em 1978.
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