São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Oposição ameaça fazer "obstrução seletiva"

José Agripino diz que oposição só votará "matérias que sejam imprescindíveis ao país até que Renan se licencie do cargo"

Encontro reúne líderes do PSDB, DEM e PSOL, além de Patrícia Saboya (PSB), Cristovam Buarque (PDT) e Jarbas Vasconcelos (PMDB)

Marcos Oliba
Senadores José Nery (PSOL) e Mão Santa (PMDB) lêem reportagem da Folha sobre a votação


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Partidos de oposição e alguns senadores que integram a base do governo anunciaram ontem um pacote de medidas "anti-Renan", que, na prática, representará uma obstrução "seletiva" das votações no plenário e em comissões importantes.
O anúncio foi feito após uma reunião com a presença de senadores de seis partidos.
Participaram do encontro: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Marco Maciel (DEM-PE), José Agripino (DEM-RN), Cristovam Buarque (PDT-DF), Patrícia Saboya (PSB-CE), José Nery (PSOL-PA) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
O acordo prevê que nenhum líder da oposição participará de qualquer reunião de trabalho comandada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Além disso, foi anunciada uma obstrução "seletiva" das votações no plenário e em comissões estratégicas, como a de Orçamento.
"A oposição votará somente matérias que sejam imprescindíveis ao país até que Renan Calheiros se licencie do cargo", afirmou José Agripino, que ameaçou: "Ou ele sai da presidência ou o Congresso pára".
"Seremos rigorosos ao avaliar a pauta semana a semana", disse Tasso Jereissati.
Ainda que parcial, a obstrução visa sinalizar ao Palácio do Planalto que haverá resistência para votar a prorrogação da CPMF (o chamado imposto do cheque) no Senado -no momento, ela está na Câmara.
Também ficou acertado na reuinião que será apresentado um projeto em caráter de urgência para alterar o artigo 197 do Regimento Interno da Casa, que impõe a realização de sessão secreta para votações de perda de mandato.
Outro projeto visa afastar da Mesa Diretora qualquer integrante que enfrente processo de cassação. Esses projetos miram uma eventual nova votação de processo de cassação de Renan no plenário.
O grupo de senadores também avalia como pressionar a Câmara para que vote em segundo turno a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que põe fim ao voto secreto. Se aprovada, ela seguirá para o aval do Senado.
O DEM pressiona ainda pela instalação da CPI das ONGs, que tem sido adiada há tempos pelos senadores. (SILVIO NAVARRO)


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