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Oposição ameaça fazer "obstrução seletiva"
José Agripino diz que oposição só votará "matérias que sejam imprescindíveis ao país até que Renan se licencie do cargo"
Encontro reúne líderes do PSDB, DEM e PSOL, além
de Patrícia Saboya (PSB), Cristovam Buarque (PDT) e Jarbas Vasconcelos (PMDB)
Marcos Oliba
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Senadores José Nery (PSOL) e Mão Santa (PMDB) lêem reportagem da Folha sobre a votação |
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Partidos de oposição e alguns
senadores que integram a base
do governo anunciaram ontem
um pacote de medidas "anti-Renan", que, na prática, representará uma obstrução "seletiva" das votações no plenário e
em comissões importantes.
O anúncio foi feito após uma
reunião com a presença de senadores de seis partidos.
Participaram do encontro:
Tasso Jereissati (PSDB-CE),
Sérgio Guerra (PSDB-PE), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Marco Maciel (DEM-PE), José
Agripino (DEM-RN), Cristovam Buarque (PDT-DF), Patrícia Saboya (PSB-CE), José
Nery (PSOL-PA) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
O acordo prevê que nenhum
líder da oposição participará de
qualquer reunião de trabalho
comandada pelo presidente do
Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL).
Além disso, foi anunciada
uma obstrução "seletiva" das
votações no plenário e em comissões estratégicas, como a de
Orçamento.
"A oposição votará somente
matérias que sejam imprescindíveis ao país até que Renan
Calheiros se licencie do cargo",
afirmou José Agripino, que
ameaçou: "Ou ele sai da presidência ou o Congresso pára".
"Seremos rigorosos ao avaliar a pauta semana a semana",
disse Tasso Jereissati.
Ainda que parcial, a obstrução visa sinalizar ao Palácio do
Planalto que haverá resistência
para votar a prorrogação da
CPMF (o chamado imposto do
cheque) no Senado -no momento, ela está na Câmara.
Também ficou acertado na
reuinião que será apresentado
um projeto em caráter de urgência para alterar o artigo 197
do Regimento Interno da Casa,
que impõe a realização de sessão secreta para votações de
perda de mandato.
Outro projeto visa afastar da
Mesa Diretora qualquer integrante que enfrente processo
de cassação. Esses projetos miram uma eventual nova votação de processo de cassação de
Renan no plenário.
O grupo de senadores também avalia como pressionar a
Câmara para que vote em segundo turno a PEC (Proposta
de Emenda à Constituição) que
põe fim ao voto secreto. Se
aprovada, ela seguirá para o
aval do Senado.
O DEM pressiona ainda pela
instalação da CPI das ONGs,
que tem sido adiada há tempos
pelos senadores.
(SILVIO NAVARRO)
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