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Site do Senado sai do ar; serviço telefônico recebe protestos
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia seguinte à absolvição
de Renan Calheiros, a página
do site do Senado saiu do ar. O
serviço telefônico "Alô Senado", que registra recados da população para os senadores,
também entrou em pane, em
meio a troca de acusações entre
o Senado e a Brasil Telecom,
provedora do sistema.
O apagão impediu que senadores recebessem e-mails e
mensagens. Mas na tribuna do
Senado, José Agripino Maia
(DEM-RN), afirmou ter recebido cerca de 7 mil e-mails, a
maioria com reclamações.
Diretor adjunto do Prodasen,
sistema de informática do Senado, Deomar Rosado disse
que o sistema ficou fora do ar
entre 10h15 e 16h15. "Por enquanto, eles [Brasil Telecom]
querem dizer que não tem problema nenhum. Sabe aquela
história de eu não sou culpado?
Então, vamos ter que sentar à
mesa e dizer "está tudo mapeado e o problema não foi causado por nós'", disse. "Nunca ficamos tanto tempo fora do ar."
A assessoria da Brasil Telecom negou que tenha causado o
problema e disse que técnicos
do Senado teriam reconhecido
que a origem da pane não seria
do provedor. Além da internet,
que apresentava problemas até
as 19h, o "Alô Senado" não funcionou das 16h30 às 18h30.
Mesmo assim, ontem foram
recebidas 674 ligações. Geralmente, são 500. Pela manhã, o
engenheiro civil Aloísio Prince,
61, tentou em vão protestar. De
Minas, telefonou: "Eles disseram que o sistema tinha caído.
Muito conveniente".
Teve quem achasse boa a pane. "Nós estamos levando bomba pela internet. Os e-mails que
estamos recebendo são todos
duros. Tenho impressão que o
sistema não agüentou", disse
Delcídio Amaral (PT-MS).
Renato Casagrande (PSB-ES), que recebeu entre anteontem e ontem pela manhã 2 mil
mensagens, lamentou. "A pane
é uma coincidência que deve
ter deixado a população mais
revoltada ainda, mas os meus
colegas pró-Renan não pensem
que escaparam", afirmou.
No fim do dia, o vice-presidente do Senado, Tião Viana
(PT-AC), foi hostilizado em um
vôo para São Paulo. "Que vergonha, hein, senador", afirmou
uma passageira. "Esse comentário não me afeta", rebateu
Tião, que disse ter sido cumprimentado por dez passageiros.
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