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"É preciso acatar os resultados das instituições", diz Lula, sobre Senado
Durante visita à Dinamarca, presidente deixa dúvidas sobre se o caso Renan realmente chegou ao fim
Questionado sobre uma possível ajuda do PT ao senador, presidente evitou comentar o posicionamento do seu partido no caso
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A COPENHAGUE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou ontem a um
passo de festejar a absolvição
de Renan Calheiros, mas não
pôde deixar de acrescentar um
"se" pelo qual admite que o problema continua no ar.
"O problema começou no Senado e terminou no Senado, se
é que terminou", afirmou Lula,
ontem pela manhã, no saguão
de entrada da Confederação
Dinamarquesa de Indústrias,
em breve contato com os jornalistas brasileiros que cobrem
sua visita aos países nórdicos.
O presidente aceitou que os
jornalistas fizessem uma pergunta -e só uma-, já sabendo
que seria sobre a votação da
véspera. Sônia Bridi, repórter
da Rede Globo, quis saber se
Lula conhecia e concordava
com "a ação da bancada do PT
no Senado na defesa do senador Renan Calheiros".
Lula escapou com um longo
circunlóquio, carregado de platitudes, como "poderia ter tido
uma maioria contra o Renan,
teve uma maioria favorável
ao Renan".
Engatou com uma afirmação
institucional: "Nós precisamos
nos habituar a acatar o resultados das instituições. Não posso
admitir que eu só possa acatar o
resultado quando ele favorece
aquilo que eu pensava. Houve
uma votação pelas regras do Senado, e o Renan foi absolvido".
Depois, voltou ao "se": "Se vai
haver continuidade de processo, se vai haver a Suprema Corte, são outros problemas".
Lula disse também que, "para um presidente da República,
o que interessa é que o Senado
volte a funcionar com normalidade porque temos coisas muito importantes a serem votadas. Temos a CPMF, temos a
reforma tributária, temos coisas de interesse do povo brasileiro. É isso o que conta".
Nenhuma palavra, portanto,
sobre o comportamento do PT
no episódio.
O tema Renan não voltou a
aparecer no dia do presidente
ontem na Dinamarca, embora
ele tenha falado em três outras
diferentes ocasiões: aos empresários, ainda na sede da Confederação Dinamarquesa de Indústrias; aos jornalistas, depois
de audiência com o primeiro-ministro Anders Fogh Rasmussen; e aos dirigentes sindicais,
na Confederação Dinamarquesa de Sindicatos.
O foco principal do presidente voltou a ser, como tem sido
em suas viagens internacionais, o bom momento da economia brasileira e o álcool, tema que o tem obcecado, como
repete uma e outra vez.
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