São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2000

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Petista afirma não ter definido secretariado em caso de vitória

SÍLVIA CORRÊA
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A candidata Marta Suplicy (PT) disse ontem que não definiu ainda os nomes de seu secretariado em uma eventual vitória e admitiu que alguns dos cargos podem ser ocupados por pessoas de outros partidos políticos.
A Folha informou ontem que, se eleita, Marta tende a trabalhar na prefeitura com algumas pessoas que compuseram a gestão de Luiza Erundina (89-92).
"Eu não pensei em secretariado. Hoje (ontem) já tem um jornal pondo um secretariado inteiro. Quando li aquilo, pensei: "Ficaram loucos? O que é isso?". Puseram um secretariado que era quase o mesmo de 12 anos atrás. Quando eu falo que eu vou fazer um governo amplo, estou dizendo amplo. Não pensei ainda em nomes, mas vou pensar e vai ser muito amplo", rebateu Marta, classificando a reportagem como "especulação".
Indagada sobre a possibilidade de acomodar nomes de partidos que a apóiam, a candidata não descartou a hipótese. "Vou fazer um governo de várias representações, que podem ser com a sociedade civil ou com alguma pessoa de um desses partidos", afirmou.
A ampla aliança suprapartidária que se formou em torno de seu nome significa, para Marta, que mudaram todos: o PT e os outros.
"Eu não sei se o partido ficou moderado ou não. O PT tem 20 anos, e você não se comporta com 20 anos como o faria com 15."
"Mas eu não sei se o PT está indo ao centro. Eu nunca saí do lugar onde estou. Acho que os outros partidos é que nunca queriam nos apoiar", afirmou.
A candidata petista ironizou o programa de televisão de seu oponente no segundo turno, Paulo Maluf (PPB), que estreou ontem.
"O que chama a atenção é que meu programa é alto astral, propositivo. No do Maluf faltou falar da grande experiência administrativa dele, que são os processos que tem", declarou Marta, à tarde, durante carreata na zona leste.
Ela disse que Maluf "sempre acusa o PT" ao ser condenado (leia texto abaixo). "Ele sempre fala isso. Todos os juízes e promotores são petistas agora?", disse.
Na carreata, ela estava acompanhada do padre Julio Lancellotti, que chamou Maluf de "nefasto" anteontem. O pepebista ameaça processá-lo pela declaração.
"Não acredito que ele vá me processar. Seria um desgaste muito grande processar um padre."


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