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ELEIÇÕES 2002
Mas PPB anuncia que só hoje definirá posição em São Paulo após encontro com líderes do PSDB e do PT
Alckmin e Genoino já dão como certo apoio de Maluf no 2º turno
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a direção estadual do
PPB anuncia que deve se encontrar hoje com as frentes de campanha de Geraldo Alckmin
(PSDB) e de José Genoino (PT),
petistas e tucanos já dão como
certo o apoio do partido de Paulo
Maluf para a disputa do segundo
turno ao governo de São Paulo.
Para os petistas, o cerco aos pepebistas já está fechado. Mas os
interlocutores do governador tucano com o PPB dizem que o partido está com Alckmin e que Maluf se manterá "ausente", em um
"apoio velado" no segundo turno.
"Ele [Maluf" me disse que qualquer que fosse o resultado [do primeiro turno" a frente antitucana
seria mantida", disse Paulo Frateschi, presidente do PT paulista.
"Temos adesões fortes do PPB e
acreditamos que o partido estará
conosco", disse o deputado estadual Edson Aparecido, presidente
do PSDB em São Paulo.
Os votos que Paulo Maluf teve
no primeiro turno -21,38% dos
válidos- podem decidir a eleição. A pesquisa Datafolha divulgada ontem, que mostra Alckmin
oito pontos percentuais à frente
de Genoino (50% a 42% das intenções de voto), foi um dos motivos alegados pelos pepebistas para agendar só para esta semana os
encontros decisivos com ambos.
"Com a pesquisa em mãos, a
nossa executiva poderá tratar melhor das negociações", disse Jesse
Ribeiro, presidente estadual do
PPB. A meta é ter uma definição
até as 12h, já que às 10h ele toma
café-da-manhã com um emissário do governador e, logo na sequência, conversa com o PT.
De acordo com o PPB, o que deverá definir para quem irá o apoio
do partido, além de eventuais participações nos futuros governos,
será a "aceitação" do partido e do
malufismo. É justamente nesse
ponto que o PT leva certa vantagem sobre o PSDB.
Ao contrário de Genoino, que se
esquiva das perguntas sobre o
PPB, Frateschi -responsável pelas negociações- disse que "não
há nenhuma vergonha" em procurar o apoio dos pepebistas.
Do outro lado, por conta da intensa troca de acusações entre
Maluf e Alckmin antes do primeiro turno, o PSDB avalia que poderia ser desastrosa uma aproximação pública com Paulo Maluf.
Por isso, os tucanos pedem ao
PPB que Maluf se mantenha afastado. Em troca, oferecem plena
visibilidade à legenda. "Nós vamos deixar claro e explicitar o
apoio", afirmou Aparecido.
O PT também teme um desgaste ao aceitar Maluf, mas, com base
em pesquisas internas, acha que, a
exemplo do que aconteceu no
âmbito nacional com a adesão do
ex-presidente José Sarney
(PMDB-MA) a Luiz Inácio Lula
da Silva, o pepebista traria mais
bônus à legenda do que ônus.
A favor de Alckmin pesa a vontade de Maluf de ser candidato à
Prefeitura de São Paulo em 2004.
O pepebista acha que o PT, que já
comanda a capital, poderá se fortalecer demais com uma vitória
de Genoino e outra de Lula e ser
um adversário quase imbatível.
Se os comandos das duas campanhas trabalham intensamente
nos bastidores, os dois candidatos
mantém discursos cautelosos.
"Eu tenho declarado publicamente que quero o voto de todos
os eleitores que votaram em outros candidatos, inclusive do Maluf", disse o tucano Alckmin.
"Eu quero os votos do Maluf,
quero ganhar a eleição", afirmou
o petista Genoino anteontem.
Uma das vias de assédio petista
é utilizar o senador eleito Aloizio
Mercadante (PT) para negociar
diretamente com o deputado federal reeleito Delfim Netto (PPB),
uma das principais vozes do partido e que na semana passada acenou com o voto a Luiz Inácio Lula
da Silva, presidenciável petista.
Do lado tucano, a fonte de ligação com o PPB é o deputado federal Celso Russomano, que já declarou apoio a Alckmin.
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