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DATAFOLHA
Segundo entrevistados, economia ficaria um pouco melhor com presidenciável tucano do que com candidato petista
Para empresários, país cresce com Lula ou Serra
OSCAR PILAGALLO
EDITOR DO FOLHA SINAPSE
Os empresários acreditam que,
com José Serra (PSDB) na Presidência da República, a economia
ficaria um pouco melhor do que
com Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). Com o tucano, a expectativa
é que haveria mais crescimento e
menos inflação no próximo ano.
Esse é o principal resultado de
uma pesquisa de opinião realizada na quinta-feira passada pelo
Datafolha com 154 empresários e
executivos em São Paulo.
Os entrevistados não identificaram cenários substancialmente
diferentes para a vitória de um ou
outro candidato. Ganhando o tucano ou o petista -ambos defensores de projetos desenvolvimentistas-, a economia deve crescer
mais no primeiro mandato do novo presidente do que no último
ano de governo de Fernando
Henrique Cardoso.
A expansão do PIB (Produto Interno Bruto), que este ano não deverá ficar longe de 1%, seria maior
em 2003 com qualquer presidente. Com Serra, seria de 2,9%, na
média das respostas; com Lula, ficaria em 2%.
Para os empresários, o tucano
conseguiria obter esse resultado
com menos inflação. O índice
anual sob Serra ficaria em 10,3%
em 2003, abaixo dos 14,8% no caso de Lula ser eleito (os números
se referem à média das respostas).
Nos dois casos, a inflação ultrapassaria a deste ano e a meta acertada com o Fundo Monetário Internacional para 2003. Neste ano,
o IPCA -índice que serve de referência para as metas do FMI-
deverá fechar em torno de 8%.
Quanto à meta para o próximo
ano -que o governo atual já admitiu que não será atingida-, é
de 4%, com margem de tolerância
de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
A pesquisa reflete uma percepção comum entre empresários:
muitos deles acham que Serra seria mais comprometido com a estabilização da economia do que
Lula. Embora os dois tenham enfatizado a necessidade de se manter a inflação sob controle, Serra
-como indica a pesquisa- convence mais o empresariado.
Os entrevistados não trabalham
com a hipótese de um dólar barato, independentemente de quem
vencer a eleição. A cotação da
moeda norte-americana, que bateu em R$ 4 na semana passada,
chagaria ao fim de 2003 com o valor médio de R$ 3,90, na hipótese
de um governo Lula. Se Serra for
presidente, a expectativa cai para
R$ 3,40, na média das respostas.
Quanto aos juros, continuariam
altos com Lula ou com Serra.
Num governo petista, a taxa seria
de 20,3% ao ano, na média das expectativas. Num governo tucano,
ficaria em 18,6%. Hoje, a taxa básica do Banco Central é de 18%.
Quanto ao discurso a favor da
indústria brasileira, quem convenceu mais o empresariado foi
Lula. Para 87%, o petista vai privilegiar mais a indústria nacional
(79% no caso de Serra).
A maioria não se mostra preocupada com eventuais choques
na economia. Quase ninguém
(1%) espera que haja rompimento
de um governo Serra com o FMI.
Mesmo com Lula, a maioria
(79%) não prevê rompimento.
Uma moratória da dívida interna também não faz parte do horizonte da maioria: 97% não prevêem moratória, no caso de Serra
ser presidente (79% no caso de
Lula vencer).
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